10 Anos de «Ведьмак 3». Como Perdi a Cabeça, Forjei Uma Espada e Me Apaixonei Pelo Jogo

Notícias sobre esportes » 10 Anos de «Ведьмак 3». Como Perdi a Cabeça, Forjei Uma Espada e Me Apaixonei Pelo Jogo

Sem exagero, The Witcher 3: Wild Hunt — é o jogo que virou minha vida como gamer de cabeça para baixo. No dia 19 de maio, ele completou 10 anos, e em homenagem a isso, decidi compartilhar como foi meu primeiro encontro com Geralt de Rívia. Bem, quase o primeiro, pois a primeira tentativa não foi das mais bem-sucedidas.

Minha história com The Witcher começou em 2016. Eu tinha um PC velho que chamava de “fornalha” — ele rodava o jogo a 20 FPS, e isso se desse sorte. Para piorar, eu jogava sentado numa banqueta rangendo que, parecia, era mais velha que eu. Não é de se surpreender que, nessas condições, eu rapidamente abandonei o jogo. Lia as reviews entusiasmadas na “Igromania”, onde descreviam a história épica e o mundo vivo, mas isso não ajudava a superar meus desconfortos locais. No fim, deixei The Witcher de lado sem arrependimentos, decidindo que simplesmente não era para mim.

Tudo mudou em 2018, quando peguei um PlayStation 4. Decidi dar ao jogo mais uma chance, e foi aí que a coisa desandou de vez. Eu e meus amigos compramos The Witcher quase ao mesmo tempo e, por um mês inteiro, desaparecemos nesse mundo. Nossas conversas se resumiam a uma coisa só: “Você passou do Barão Sanguinário? E a Keira Metz, como está?” Compartilhávamos o progresso, enviávamos screenshots dos monstros que encontrávamos, e discutíamos até perder a voz. A principal discussão, claro, era sobre Triss e Yennefer. Embora, para ser sincero, a galera sempre escolha a Shani. Eu literalmente fiquei louco pelo jogo. Nenhuma franquia antes disso me prendeu tanto. Mesmo anos depois, nenhum jogo single-player superou a quantidade de horas que despejei nele.

Completei o jogo em 100%. Limpei todas as localidades, coletei cada baú em Skellige, encontrei todas as cartas para o Gwent, visitei todas as tavernas, matei cada afogado e resolvi cada contrato. Conhecia cada canto de Velen, cada trilha em Novigrad, cada ilha de Skellige. E sabem de uma coisa? Repeti essa jornada duas vezes. Seguidas. Simplesmente porque não conseguia parar. Depois da primeira jogada, comecei de novo imediatamente, escolhendo outras decisões para ver como a história mudaria.

Meu fascínio por The Witcher rapidamente saiu da tela da TV. Meus amigos, vendo minha obsessão, começaram a alimentar meu fanatismo. No meu aniversário, me deram um quadrinho super grosso com histórias dos personagens. Devorei ele em poucos dias, admirando as artes e absorvendo cada detalhe. Depois veio o Gwent de tabuleiro — o de verdade, com cartas resistentes e um design incrível. Só que eles não pensaram que eu era um fã obcecado e que ninguém conseguiria competir comigo, então tive que ganhar deles repetidamente.

E então, fui parar no hospital. Uma semana na enfermaria poderia ter sido chata, mas no meu celular eu tinha os livros do Sapkowski. Li quase toda a saga, exceto o último livro. Até hoje não consigo me forçar a abri-lo — não me interessa, ainda mais porque o final, de qualquer forma, é complicado. Os livros adicionaram profundidade ao jogo. Comecei a notar o quão incrivelmente a CD Projekt RED transportou o mundo do Sapkowski para a tela, mantendo seu espírito. Cada diálogo, cada detalhe — tudo estava impregnado daquela mesma atmosfera.

Eu consumi avidamente tudo que fosse relacionado a The Witcher. Mergulhei no spin-off Thronebreaker: The Witcher Tales — um jogo narrativo de Gwent, onde lutei por Meve e seus guerrilheiros. Joguei o próprio jogo de cartas, primeiro a versão antiga no PS4, e depois a новую no smartphone. Tentei encarar os dois primeiros jogos da série, embora já parecessem um pouco datados. Cheguei ao ponto de baixar The Witcher: Battle Arena, uma MOBA mobile que, honestamente, era bem ruim. E ainda comprei Soulcalibur VI só por causa do Geralt como personagem convidado. Sim, eu era aquele fã que está disposto a gastar dinheiro em qualquer coisa que tenha pelo menos um indício de The Witcher. E o que acontecia quando via o merchandise na Igromir…

O ápice foi minha decisão de fazer uma espada. Uma de verdade. No verão, eu fazia bicos como encanador-assistente no serviço público local, e lá tinha um soldador que fazia milagres com sucata. Convenci ele a me ajudar a fazer a espada. Ele — talvez por interesse, talvez porque eu o cansei de tanto insistir —, concordou. Me entregou uma lista de materiais e me mandou para o mercado de construção. Lembro de escolher a chapa de aço para a lâmina. O vendedor me olhava como se eu fosse louco, mas eu não ligava — um fã não é desviado do caminho. Comprei uma folha de aço, peças de ferro para a guarda e o cabo, encontrei a porca mais legal para o pomo. E a mágica começou.

O soldador marcou a lâmina, escolhemos o formato da guarda, e eu seguia o processo como se estivesse enfeitiçado. Ele batia no ferro com um martelo, como um anão de fantasia, soldava as peças, e no fim eu tinha uma espada de um metro. Cega, na verdade. O soldador se recusou a afiá-la para que eu não acabasse cortando os vizinhos por acidente. Me deu uma pedra de amolar e disse: “Se quiser, afia”. Spoiler: afiar uma lâmina de um metro manualmente é irreal. Assim, a espada ficou decorativa. Mas como ela era bonita! Eu andava pela casa com ela, imaginando ser o Geralt indo para a batalha contra um Leshen.

Meus amigos ficaram maravilhados com meu “craft”. Um deles até se animou a fazer uma espada de madeira, parecida com a “Andorinha” da Ciri. Ele revestiu o cabo com couro, e realmente ficou legal. Quisemos fazer um duelo, mas a espada dele se despedaçou com um leve toque da minha peça de ferro. A minha, aliás, era pesada — uns três quilos. Tentei usar para fazer exercícios, mas balançar uma lâmina num quarto pequeno acabou sendo uma má ideia. Agora a espada fica debaixo da cama na casa dos meus pais, como um troféu de outro tempo.

Meu fanatismo chegou a tal ponto que dei o nome de Geralt para o meu cachorro. Quando minha família pegou o cão pela primeira vez, insisti nesse nome. O cão, por sinal, acabou sendo tão “durão” e leal quanto o bruxo. E um amigo continuou a tendência: o cachorro dele se chama Jaskier. Às vezes, brincávamos que tínhamos que pegar mais um e chamar de Yennefer, mas isso já seria demais.

Mesmo agora, anos depois, poucos jogos me causam as mesmas emoções que The Witcher 3. Não é só um jogo, é um mundo inteiro. Lembro de ficar horas ouvindo a música — as melodias das tavernas, as épicas faixas de combate e, claro, a música da Priscilla. Ela ainda está na minha playlist. O mundo do jogo parecia tão vivo: cada NPC (e não importa que tivessem todos a mesma cara), cada vilarejo, cada floresta. Eu podia passar horas vagando por Velen, apenas apreciando as paisagens. Lembro de quando cheguei pela primeira vez em Toussaint, da expansão Blood and Wine. Parei numa colina e assisti o sol se pôr sobre os vinhedos. Era tão lindo que eu simplesmente aproveitava a paisagem, esquecendo das missões.

Os personagens também deixaram marca. Geralt — durão, mas com um bom coração. Yennefer, que irrita com sua arrogância, mas no fim você se apaixona. Ciri, por quem você se preocupa como se fosse uma irmã. Até heróis secundários como o Barão Sanguinário eram cativantes. E a missão com o Geralt bêbado em Kaer Morhen? Eu e meus amigos rimos muito recontando um para o outro como ele ficou bêbado e correu com um sapato só, embora todos já soubessem essa missão de cor. Cada jogador tem seus próprios momentos pelos quais ama The Witcher. Para alguns, é a batalha contra a Caçada Selvagem; para outros, o contrato do grifo logo no início. Para mim, é o pôr do sol em Toussaint, na minha própria vinícola.

As expansões, em geral, foram como jogos separados. Hearts of Stone, com seu conto sombrio sobre o Mestre dos Espelhos — isso foi assustador e incrível ao mesmo tempo. As expansões tornaram o jogo ainda mais rico, e eu ainda as considero os melhores DLCs que já foram lançados. Sim, ainda não é o aniversário delas (precisamos lembrar em 2026!), mas vamos elogiá-las mesmo assim.

No entanto, com o tempo, meu fanatismo começou a diminuir. A série da Netflix não foi o que eu esperava. O filme animado “O Pesadelo do Lobo” também não me agradou. E então, Cyberpunk 2077 foi lançado, e minha atenção se desviou. Deixei de ser um fã *devotado* de The Witcher, mas o amor pelo terceiro jogo permaneceu profundamente na alma. Ele é como um velho amigo, para quem sempre é agradável voltar. Às vezes, ligo o jogo só para passear por Novigrad ou ouvir a música.

Agora, com a CD Projekt RED trabalhando em The Witcher 4, acredito que a série tem um grande futuro. Os desenvolvedores já provaram que sabem criar obras-primas. Espero pelo novo jogo, mas enquanto ele não sai, aproveito com prazer a oportunidade de relembrar as antigas aventuras.

Lembro de discutirmos, eu e meus amigos, qual Sinal de Geralt era melhor — Igni ou Aard —, e de descobrirmos onde encontrar a armadura de Grão-Mestre. Fico curioso para ouvir as histórias de vocês. Por que vocês amam The Witcher 3? Ou talvez não amam? Quais momentos ficaram na memória de vocês? Talvez a missão em que ajudaram o Jaskier com seus casos amorosos? Ou a batalha contra o Eredin? Ou talvez, como eu, vocês simplesmente amavam passear pelo mundo e ouvir o vento nas florestas? Compartilhem, hoje é o dia certo para relembrar essa lenda. Afinal, The Witcher 3 é um jogo especial.

Gabriel Neves dos Santos

Gabriel Neves dos Santos, 34 anos, é um repórter veterano da cena de eSports em Curitiba. Com background em programação, ele traz uma perspectiva única para suas análises sobre Dota 2 e Valorant. Conhecido por suas investigações aprofundadas sobre contratos e transferências de jogadores profissionais, ele se destaca por revelar histórias exclusivas do cenário.

© Copyright 2025 Portal de notícias de esportes
Powered by WordPress | Mercury Theme