O palco global de Dota 2, montado para o grandioso The International 2025 em Hamburgo, Alemanha, já começou a ferver. Mas, em meio aos primeiros embates da fase de grupos, uma observação notável veio de um dos nomes mais respeitados do cenário: Magomed “Collapse” Khalilov, o lendário offlaner da bicampeã mundial Team Spirit. Sua reação ao desempenho das equipes chinesas não foi de indiferença, mas de um choque admirado, que ressoa profundamente na comunidade de esports.
Um Elogio Incomum de um Campeão
Collapse, conhecido por sua performance espetacular e por ter erguido o Aegis of Champions duas vezes, não é dado a declarações banais. Por isso, quando ele se manifestou em seu canal no Telegram, a comunidade parou para ouvir. A frase? “chinês é monstro. TI4 is back”. Curto e grosso. Um atestado de força de um dos maiores “monstros” do jogo para outros “monstros” emergentes. Essa declaração não é apenas um elogio; é um alerta, uma premonição, e, para muitos veteranos, um aceno nostálgico a uma era de dominância.
A referência ao “TI4” não é acidental. O The International 2014 marcou uma era dourada para o Dota 2 chinês, culminando na vitória avassaladora da equipe Newbee. Ao invocar essa memória, Collapse sugere que o nível de jogo, a disciplina tática e a agressividade calculada que caracterizaram aquela época estão, de alguma forma, ressurgindo.
Xtreme Gaming e Team Tidebound: A Inércia da Impecabilidade
As estrelas da vez, que catalisaram a admiração de Collapse, são a Xtreme Gaming e a Team Tidebound. Ambas as equipes, representantes da potência chinesa em Dota 2, ostentam um impressionante placar de 3-0 na fase de grupos do The International 2025. Esse início invicto não só as posiciona confortavelmente para avançar aos playoffs sem maiores percalços, mas também solidifica a narrativa de um ressurgimento da região. O clímax dessa fase inicial será o confronto direto entre Xtreme Gaming e Team Tidebound, agendado para 6 de setembro. Um duelo de titãs que promete ser uma amostra do que o poderio chinês pode realmente oferecer.
A performance dessas equipes não se resume apenas a vitórias; é a forma como elas as conquistam. Com uma leitura de jogo afiada, execuções de teamfights que beiram a perfeição e uma aparente capacidade de se adaptar a qualquer cenário, Xtreme Gaming e Team Tidebound estão ditando o ritmo, desafiando a meta atual e, honestamente, fazendo parecer fácil. É a velha escola chinesa, refinada e adaptada para os desafios modernos.
Um Recado para os Concorrentes: O Pêndulo Voltou?
A história de Dota 2 é cíclica, e a ascensão e queda de regiões é um de seus traços mais fascinantes. Após anos de destaque de equipes ocidentais e da Europa Oriental – incluindo a própria Team Spirit – a mensagem de Collapse parece indicar que o pêndulo está balançando de volta para o Leste. A disciplina implacável, a vasta pool de heróis e a estratégia de longo prazo, marcas registradas do Dota chinês, parecem ter encontrado sua combinação perfeita na atual meta. Ou talvez, como muitos murmuram, eles simplesmente criaram a sua própria meta.
Para os demais competidores, o recado é claro: a China chegou ao TI 2025 não para participar, mas para dominar. O desafio agora é decifrar o código desses “monstros”, encontrar suas fraquezas e se adaptar antes que a lenda do “TI4” se repita com um novo capítulo de glória chinesa. O The International 2025, com seu prêmio superior a $2,3 milhões de dólares, está apenas começando, mas a intensidade e a qualidade já prometem um torneio inesquecível.