A Reação “Direta” de Ralph Ineson ao Assassin’s Creed da Guerra Civil Que Não Veremos

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A indústria de jogos frequentemente nos surpreende com anúncios grandiosos e, por vezes, com cancelamentos que deixam a comunidade de queixo caído. Mas quando um projeto polêmico é engavetado, a reação pode vir de onde menos se espera. Ralph Ineson, a voz imponente de Charles Vane em Assassin`s Creed IV: Black Flag, não mediu palavras ao expressar seu descontentamento com o suposto cancelamento de um título da franquia que se aventuraria na Guerra Civil Americana. Sua resposta foi tão direta quanto um golpe de espada: “Mais uma vez, f**k off”.

O Jogo Que Virou Fantasma: Uma Visão Sombria da História Americana

A notícia, que veio à tona através de um relatório do Game File, revelou os detalhes de um projeto de Assassin`s Creed que estava nos estágios iniciais de desenvolvimento. A premissa? Ambiciosa e, para alguns, inegavelmente carregada. O jogo seria ambientado durante a Guerra Civil Americana e a Era da Reconstrução, nas décadas de 1860 e 1870. O ponto focal seria um protagonista negro, um ex-escravizado que, após encontrar a liberdade e iniciar uma nova vida longe do Sul, seria recrutado pela Irmandade dos Assassinos. Sua missão o levaria de volta ao Sul, para confrontar grupos racistas proeminentes, incluindo a temida Ku Klux Klan.

O relatório sugere que a ideia para esse cenário e temática foi “considerada controversa” e, por isso, o projeto foi abortado logo no início. É uma ironia curiosa para uma franquia que se construiu sobre a exploração de períodos históricos turbulentos, desde as Cruzadas até a Revolução Francesa, e que frequentemente mergulha em conspirações e conflitos sociais. Afinal, qual história é mais “controversa” do que a própria história?

Uma Franqueza “Assassin-like”: Quem é Ralph Ineson?

Para quem talvez não associe o nome à voz, Ralph Ineson é um ator britânico veterano com mais de 150 créditos em sua carreira. Sua voz grave e marcante, que tanto emprestou carisma ao pirata Charles Vane, também ecoou em produções de peso como Game of Thrones (onde interpretou Dagmer Cleftjaw), Chernobyl, The Witch, The Green Knight e, mais recentemente, como Galactus em The Fantastic Four: First Steps. No mundo dos games, além de Black Flag, ele marcou presença em Diablo IV e Final Fantasy XVI. Sua declaração, portanto, não é de um novato, mas de alguém com uma compreensão profunda da narrativa e do impacto de suas palavras. E, claro, com uma ligação visceral a um dos títulos mais amados da franquia Assassin`s Creed.

A “Controvérsia” na História dos Assassinos: Um Padrão Repetido?

Não seria a primeira vez que Assassin`s Creed exploraria a América do Norte. Assassin`s Creed III, ambientado durante a Revolução Americana no século XVIII, já nos levou por Boston, Nova York e a fronteira. Aquele jogo também gerou algumas discussões, especialmente com seu pacote de DLC pós-lançamento, The Tyranny of King Washington, que apresentava uma realidade alternativa onde George Washington se coroava rei.

Aparentemente, a Ubisoft tem um histórico de flertar com a “controvérsia”, mas parece haver um limite. Seria a representação direta de um protagonista negro lutando contra a KKK em um contexto histórico tão sensível um passo ousado demais para uma empresa que busca o apelo global? Ou talvez o desafio não seja apenas retratar a história, mas encontrar a coragem de fazê-lo sem suavizar as arestas mais brutas e desconfortáveis do passado? A resposta de Ineson sugere que, para ele, o potencial foi desperdiçado por uma cautela excessiva.

O Passado Retorna, o Futuro Aguarda

Enquanto lamentamos o que poderia ter sido esse audacioso título da Guerra Civil, os fãs de Black Flag têm um motivo para sorrir. Há rumores de que um remake de Assassin`s Creed IV: Black Flag está em desenvolvimento, com previsão de lançamento para 2026. Talvez o retorno às aventuras caribenhas de Edward Kenway e seus companheiros piratas, incluindo o inesquecível Charles Vane, seja um bálsamo para as decepções recentes.

A verdade é que o cancelamento de um jogo com tamanha profundidade temática levanta questões importantes sobre a liberdade criativa e os limites da representação histórica na indústria de videogames. A “fúria” de Ineson é um lembrete de que, por trás dos códigos e gráficos, há histórias poderosas que clamam para serem contadas, mesmo que sejam (ou especialmente porque são) controversas.

Lucas Meireles

Lucas Meireles, 26 anos, atua como jornalista especializado em eSports no Recife. Focado principalmente na cobertura de Free Fire e Mobile Legends, ele se destaca por suas análises táticas e entrevistas com jogadores emergentes. Começou sua carreira em um blog pessoal e hoje é reconhecido por sua cobertura detalhada de torneios mobile.

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