
A polêmica do sistema de matchmaking em League of Legends é tão antiga quanto o próprio jogo. Quantas vezes você já não sentiu que, após uma bela sequência de vitórias em sua ranqueada, o sistema magicamente “decide” te dar companheiros de equipe que parecem ter acabado de instalar o jogo? Essa sensação persistente, que muitos atribuem a uma suposta manipulação da Riot Games para forçar uma taxa de vitória de 50%, finalmente recebeu uma resposta oficial e detalhada.
O mito da “equipe sabote” para equilibrar a balança é um dos debates mais calorosos entre a comunidade de LoL. Para desmistificar essa e outras crenças, a Riot Games publicou um vídeo esclarecedor, protagonizado por Matthew ‘Phroxzon’ Leung-Harrison, o Designer-Chefe de Gameplay de League of Legends.
Riot Desvenda o Véu: Não Há Manipulação Intentional
No vídeo, lançado originalmente no canal oficial coreano da Riot em 2 de outubro, Phroxzon abordou diretamente a alegação mais persistente da comunidade: a de que, após uma sequência vitoriosa, o sistema deliberadamente aloca companheiros de equipe mais fracos para “punir” o jogador e forçar uma taxa de vitória de 50%. A resposta foi categórica: isso é falso.
“Nós só pareamos pessoas com base em suas habilidades. E queremos garantir que cada partida pareça justa, o que significa que cada equipe tem uma chance igual de vencer. E isso significa 50% de chance de vitória,” explicou Phroxzon.
A percepção de sequências de vitórias ou derrotas, segundo a Riot, é um subproduto natural do sistema, e não um design intencional para manipular resultados. À medida que os jogadores sobem no ranking, são naturalmente pareados contra oponentes mais habilidosos, o que, por sua vez, resulta em partidas mais desafiadoras e na inevitável montanha-russa de vitórias e derrotas. É a lei da selva ranqueada: os fracos caem, os fortes sobem… e depois talvez caiam de novo, se encontrarem tigres maiores.
Phroxzon adicionou um ponto crucial: o matchmaking também prioriza manter os tempos de fila baixos. Essa necessidade de agilidade pode, ocasionalmente, ampliar a diferença de habilidade entre os jogadores de uma mesma partida. Isso não significa que o sistema quer te ver perder, mas sim que às vezes a busca por um jogo rápido pode gerar encontros mais “exóticos” e, consequentemente, uma sensação de desequilíbrio.
Guerra Declarada: Combate a Smurfs e Elo Boosting
Se o matchmaking não te manipula, o que ele faz de verdade para melhorar a experiência? A Riot está declarando guerra aberta a dois vilões que realmente atrapalham a justiça das partidas e corroem a integridade da ranqueada: os smurfs (jogadores experientes que usam contas alternativas de elo mais baixo) e os elo boosters (a prática de elevar artificialmente o ranking de outro jogador).
A partir do patch 25.18, a empresa implementou salvaguardas de detecção mais robustas, visando identificar essas contas com alta precisão. A Riot enfatizou que essas medidas são projetadas para punir os infratores sem afetar injustamente os jogadores legítimos.
“Nosso objetivo final é nos livrarmos de smurfs e boosters na escada ranqueada,” afirmou Phroxzon. “Com o tempo, vamos garantir que essa implementação se torne cada vez mais agressiva.”
Para os milhões de jogadores brasileiros de League of Legends, essa comunicação da Riot é um aceno importante. A frustração com o matchmaking e a presença de smurfs não é exclusiva da Coreia – onde o vídeo original foi lançado como parte de um esforço para expandir a comunicação com a comunidade – mas sim um lamento global. Compreender que o sistema busca a justiça, mesmo que às vezes tropece na sua implementação (especialmente com as filas rápidas), pode mudar a percepção. E a caça aos smurfs e boosters? Ah, essa é música para os ouvidos de quem já viu uma partida virar um inferno por conta de um “diamante smurfando no bronze” ou um “duo boostando”. Menos contas falsas significa mais partidas equilibradas, mais diversão e, quem sabe, menos teclado quebrado.
O Futuro do Matchmaking e a Mensagem Final
A Riot Games garantiu que continuará refinando seus sistemas de matchmaking, com foco no equilíbrio justo das equipes, na paridade de preenchimento automático (autofill) e na melhoria contínua dos tempos de fila. A mensagem final é de reforço: as partidas não são manipuladas para gerar resultados específicos. Pelo contrário, são projetadas para que ambas as equipes entrem no jogo com uma chance igual de vitória.
Então, da próxima vez que você sentir que o universo de Runeterra está conspirando contra sua série de vitórias, talvez seja apenas o sistema te testando contra desafios à sua altura. Ou talvez seu caçador tenha dado o buff azul para o suporte. Mas, certamente, não é a Riot Games te sabotando. A bola agora está no nosso campo, invocadores: é hora de aprimorar a estratégia e, talvez, parar de culpar o sistema por aquela derrota esmagadora… ou não. A diversão, afinal, está na jornada, não apenas na vitória.