As Promessas Não Cumpridas da Marvel: O Contrato Ambicioso de Kumail Nanjiani para Eternos

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No universo cinematográfico da Marvel, a grandeza é a norma, e as expectativas são sempre estratosféricas. Cada novo projeto parece carregar o peso de um império em constante expansão, prometendo sagas que se desdobrarão por anos e ramificações em diversas mídias. Foi com essa promessa que o ator Kumail Nanjiani, conhecido por seu papel como Kingo no filme Eternos de 2021, embarcou em sua jornada. No entanto, a realidade de Hollywood, por vezes, desafia até mesmo os planos mais ambiciosos, deixando para trás contratos grandiosos e sonhos de expansão multiplataforma. O que foi prometido a Nanjiani e por que nada disso se concretizou? Prepare-se para uma história de contratos milionários, expectativas desmedidas e a fria realidade da bilheteria.

Um Contrato que Desenhou uma Década

Em 2021, a Marvel Studios tentou inovar, apresentando ao público os Eternos, um grupo de heróis imortais menos conhecidos do grande público, mas com um potencial narrativo vastíssimo. Para dar vida ao carismático Kingo, o ator paquistanês-americano Kumail Nanjiani foi escalado, ao lado de estrelas como Angelina Jolie, Gemma Chan, Salma Hayek e Barry Keoghan. Mas a participação de Nanjiani não se limitava a um único filme.

Durante sua aparição no podcast “Working It Out” de Mike Birbiglia, Nanjiani revelou os termos de um contrato que mais parecia um plano de vida para uma década:

“Assinei para seis filmes, sabe? Assinei para um videogame. Assinei para uma atração de parque temático. Eles fazem você assinar para todas essas coisas… E então você pensa, `Ah, estes são os próximos 10 anos da minha vida, então estarei fazendo filmes da Marvel todo ano, e no meio farei minhas próprias pequenas coisas, o que eu quiser fazer.` E então, nada disso aconteceu.”

A visão era clara: Kingo seria uma figura central em múltiplas produções cinematográficas, protagonizaria seu próprio game e talvez até recebesse os fãs em um parque da Disney. Um verdadeiro pacote completo para um ator em ascensão no gigantesco MCU.

O Veredito da Bilheteria e da Crítica

O contrato, como muitos em Hollywood, parecia ser condicionado ao sucesso avassalador do filme. A ideia, presumivelmente, era replicar o fenômeno de Guardiões da Galáxia, que não apenas garantiu sequências, mas também gerou videogames aclamados e até atrações em parques temáticos. Contudo, Eternos não conseguiu decolar como esperado.

Com uma arrecadação global de US$ 402,1 milhões, o filme não atingiu o limiar de sucesso que a Marvel geralmente espera para seus projetos mais ambiciosos, especialmente aqueles que visam lançar novas franquias e personagens. Embora não seja um fracasso absoluto em termos financeiros – e, ironicamente, alguns filmes da Marvel em anos subsequentes teriam dificuldades em alcançar até mesmo essa marca –, foi o suficiente para que os planos de expansão para videogames e parques de diversão fossem engavetados. O público e a crítica, para variar, não se alinharam com a proposta, e o sonho de Nanjiani de uma década de Kingo começou a se dissipar.

A Lição Pessoal de um Herói

Para Nanjiani, as repercussões foram além do contrato não cumprido. O ator já havia compartilhado publicamente que precisou de terapia após a enxurrada de críticas negativas a Eternos. No entanto, ele revelou a Birbiglia que a experiência lhe ensinou uma lição valiosa: ele estava atrelando grande parte de sua autoestima à reação do público ao seu trabalho.

Essa epifania permitiu-lhe reavaliar sua perspectiva e encontrar valor no próprio processo criativo e no orgulho de seu trabalho, independentemente do que os críticos ou a bilheteria dissessem. Uma jornada pessoal que, de certa forma, ecoa a luta dos próprios Eternos para encontrar seu lugar e propósito em um mundo que nem sempre os compreende. É uma ironia agridoce que uma superprodução bilionária tenha levado a uma introspecção tão fundamental para um de seus astros.

O Futuro dos Eternos no MCU (Se Houver)

Até o momento, o único vislumbre de continuação das tramas introduzidas em Eternos apareceu em Capitão América: Admirável Mundo Novo, indicando que o legado dos Celestiais e os desafios que os Eternos enfrentaram não foram completamente esquecidos. No entanto, um “Eternos 2” ou um spin-off de Kingo parece cada vez mais distante.

Apesar de tudo, Kumail Nanjiani afirma estar orgulhoso de sua participação no filme. Mais do que isso, sua experiência, com todas as suas reviravoltas e lições aprendidas, forneceu material rico para seu mais recente show de stand-up comedy. Afinal, para um comediante, não há nada como a vida real para inspirar boas piadas, mesmo que elas venham de um contrato de seis filmes que se resumiu a um.

A saga de Kumail Nanjiani e seu contrato com a Marvel é um lembrete vívido da natureza volátil de Hollywood. Promessas grandiosas são feitas, visões épicas são traçadas, mas no final, o sucesso (ou a falta dele) de um filme pode reescrever completamente o futuro. Para Nanjiani, o sonho de uma década como Kingo pode não ter se concretizado da forma esperada, mas a experiência, dolorosa ou não, rendeu lições valiosas e, talvez, até algumas risadas – um final inesperado, mas certamente digno de um herói de sua própria história.

Lucas Meireles

Lucas Meireles, 26 anos, atua como jornalista especializado em eSports no Recife. Focado principalmente na cobertura de Free Fire e Mobile Legends, ele se destaca por suas análises táticas e entrevistas com jogadores emergentes. Começou sua carreira em um blog pessoal e hoje é reconhecido por sua cobertura detalhada de torneios mobile.

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