No dinâmico e, por vezes, imprevisível mundo dos esports, a permanência em uma equipe de ponta nunca é garantida. Recentemente, Remco “Crystallis” Arets, o talentoso jogador que atua como carry para a equipe de Dota 2 da Tundra Esports, jogou um pouco de luz sobre seus pensamentos a respeito de um futuro incerto fora da organização.
Em uma entrevista concedida no contexto do prestigioso Riyadh Masters 2025, Crystallis foi questionado sobre seus planos caso fosse removido (“kickado”) da Tundra, mesmo após um possível desempenho positivo no próprio torneio saudita. A resposta veio com uma dose de realismo e o humor sutil que marca a personalidade de muitos pros.
O jogador neerlandês considerou que, na eventualidade de sair da Tundra, um caminho provável seria o retorno às transmissões online (streaming). Ele descreveu o cenário com uma certa ironia, imaginando o pedido dos fãs para vê-lo streamando novamente. Mas Crystallis não parou por aí; ele esboçou um “ciclo” peculiar de sua carreira:
Ele brincou que provavelmente voltaria a streamar de forma intensa, apenas para receber um convite de outra equipe competitiva e, em seguida, “decepcionar a todos” ao abandonar o streaming para focar novamente nos campeonatos. “Vamos ver quanto tempo esse ciclo vai durar”, comentou, reconhecendo a natureza inconstante de transitar entre a vida de pro-player e a de criador de conteúdo.
Essa perspectiva um tanto fatalista, mas dita com leveza, surge enquanto a Tundra Esports está no olho do furacão competitivo. No momento em que suas falas foram divulgadas, a equipe estava engajada em partidas cruciais (tiebreakers) contra a Aurora Gaming no próprio Riyadh Masters 2025, lutando por sua continuidade no torneio. A pressão é alta, e o futuro imediato e a longo prazo estão em jogo.
A reflexão de Crystallis sublinha uma realidade comum no cenário competitivo: a instabilidade das escalações e a constante avaliação de desempenho que pode levar a mudanças repentinas. Para os jogadores, ter alternativas ou estar preparado para transições é parte do jogo. E para Crystallis, parece que o “ciclo” entre o palco principal e a tela da stream é uma possibilidade real e, quem sabe, até inevitável, encarada com um misto de pragmatismo e bom humor.
