O universo dos games é um palco de histórias grandiosas, e poucas figuras contribuíram tanto para moldá-lo quanto Dan Houser. Co-fundador da icônica Rockstar Games, Houser foi a mente por trás de narrativas que definiram gerações de jogadores, desde os épicos de Grand Theft Auto até a profundidade visceral de Red Dead Redemption. Após mais de duas décadas de dedicação intensa, Houser deixou a Rockstar em 2020, uma partida que reverberou por toda a indústria. Recentemente, ele reapareceu em um painel na Los Angeles Comic Con, e suas palavras trouxeram um misto de nostalgia e vislumbres sobre o futuro, tanto para ele quanto para os jogos que deixou para trás.
A Nova Era de Grand Theft Auto: Sem Dan Houser, Mas Com Entusiasmo
A pergunta que muitos fãs se fazem é inevitável: como Houser se sente sobre Grand Theft Auto 6, o primeiro jogo da série em décadas a ser desenvolvido sem sua participação criativa direta? Sua resposta, como sempre, foi carregada de uma modéstia digna de quem já conquistou tudo, mas também de um otimismo inabalável.
“Acho um grande privilégio ter trabalhado em algo tão grande — sabe, eu escrevi os últimos 10 ou 11 jogos, então acho que o mundo provavelmente já teve GTA suficiente vindo de mim… Sempre há uma nova história, então não será uma história que eu escrevi ou um conjunto de personagens que eu desenvolvi. Acho que será emocionante. O jogo será ótimo, tenho certeza.”
Essa declaração, além de um certo alívio por não ter mais a pressão de entregar “mais do mesmo”, revela uma fé genuína na equipe que permanece na Rockstar. É um reconhecimento sutil de que, mesmo sem seu toque pessoal, o legado e a qualidade da franquia estão em boas mãos. Para os fãs, é um endosso valioso vindo de quem mais entende o DNA de GTA.
O Mistério de Bully 2: A Verdade Por Trás do Sonho Perdido
Enquanto a expectativa por GTA 6 cresce, outra cicatriz permanece no coração de muitos: a ausência de uma sequência para Bully, o aclamado jogo de 2006 ambientado em um colégio interno. Houser, que sempre expressou o desejo de revisitar esse universo, finalmente revelou o porquê da não materialização de Bully 2. E a razão é surpreendentemente… mundana.
“Problemas de largura de banda”, ou como ele explicou com mais detalhes, “Se você tem uma pequena equipe criativa principal e uma pequena equipe de liderança sênior, você simplesmente não consegue fazer todos os projetos que deseja”. A Rockstar, com sua ambição de produzir obras-primas de mundo aberto como Red Dead Redemption 2 e GTA V, simplesmente não tinha recursos humanos e criativos suficientes para tocar múltiplos projetos gigantescos simultaneamente. É uma ironia, não? Uma empresa capaz de criar mundos virtuais de tirar o fôlego, limitada pela finitude de sua própria “largura de banda” humana para desenvolver um projeto menor, mas igualmente adorado. Talvez, em um universo paralelo, Jimmy Hopkins já estaria causando problemas na faculdade.
O Legado de Uma Carreira: Escolhas Difíceis e Obras-Primas
Perguntar a Houser qual seu jogo favorito da Rockstar é como pedir a um pai para escolher seu filho predileto. Uma tarefa quase impossível. No entanto, ele apontou para Red Dead Redemption 2 como “a melhor coisa em que trabalhei [e a] melhor realização única de narrativa de mundo aberto com consistência temática e compreensão de como os jogos são montados para levá-lo a uma jornada emocional”. Uma declaração que ressoa com a profundidade e o apuro técnico do épico faroeste. Ele também citou GTA 4, GTA 5, Bully e o primeiro Red Dead Redemption como algumas de suas melhores experiências na Rockstar, evidenciando a amplitude e o impacto de seu trabalho.
Absurd Ventures: Os Novos Capítulos de Dan Houser
Longe da sombra da Rockstar, Dan Houser está forjando seu próprio caminho com a Absurd Ventures, sua nova empresa. E ele não está perdendo tempo. Seu próximo projeto é uma minissérie em quadrinhos chamada American Caper, que será lançada pela Dark Horse Comics em breve. Mas os fãs de games podem se animar: Houser também confirmou que a Absurd Ventures está desenvolvendo seus primeiros videogames. Um deles será uma “comédia de terceira pessoa em mundo aberto” ainda sem título, e o outro, A Better Paradise, que ele descreveu como uma “tragédia distópica em terceira pessoa”. Ambos os jogos estão em estágios iniciais de desenvolvimento, o que nos deixa curiosos sobre a forma que o gênio criativo de Houser tomará agora que está em seu próprio “sandbox”. Será que ele reinventará a roda mais uma vez, ou nos entregará algo totalmente inesperado? Só o tempo dirá, mas uma coisa é certa: os olhos do mundo gamer estarão atentos.
