Ilya `Lil` Ilyuk. Para muitos entusiastas de Dota 2, este nome evoca memórias de jogadas espetaculares, momentos de glória em grandes torneios e a aura de um jogador profissional de elite. Ele era uma estrela no firmamento dos esports, vivendo o sonho de milhões de jovens ao redor do mundo. No entanto, a vida pós-apogeu de um pro player nem sempre é um mar de rosas, e Lil, com uma franqueza notável, veio a público para provar isso.
Longe dos palcos iluminados e dos prêmios milionários, Lil revelou as condições em que atualmente reside: um local descrito por ele como um `lar` improvisado dentro do território de uma empresa. Uma moradia que, em suas próprias palavras, é uma consequência direta de uma vida dedicada aos jogos eletrônicos sem uma rede de segurança.
“Como muitos gostaram do conteúdo sobre meu trabalho como entregador, agora cada novo espectador na Twitch se interessa pelos meus sucessos, e isso me agrada.
Então, vou lhes dar mais detalhes.
Como Dota não traz dinheiro, e o aluguel em [cidade/região, presumivelmente Europa] é um prazer bem caro — às vezes, é preciso viver nestas condições. Felizmente, esta `casa` está no território da empresa que compartilhou seu Starlink, então é possível navegar na internet. Obviamente, faço streams de outro local.
Muitos perguntam com que dinheiro vivo, respondo — trabalho + auxílio. Quando não atingo uma certa quantia no trabalho, o estado complementa com dinheiro como auxílio (à custa dos contribuintes, claro).
É mais ou menos assim que se parece a vida de uma pessoa que dedicou toda a sua vida ao Dota sem um plano B. Então, pensem duas vezes antes de largar a escola/universidade para tentar a sorte nos esports.”
Sim, você leu certo. Enquanto muitos imaginam fortunas e luxo na vida de um ex-astro dos esports, Lil está no dia a dia como entregador e complementa sua renda com auxílio governamental — ou seja, dinheiro dos impostos pagos pelos cidadãos comuns. E, numa reviravolta que roça o surreal, este `lar` de circunstância tem acesso a Starlink – porque, afinal, mesmo na simplicidade, uma boa conexão à internet é indispensável para… bem, para qualquer coisa hoje em dia, certo?
A explicação é simples e direta, vinda do próprio Lil: “Dota não traz dinheiro”, afirma ele. A realidade do custo de vida, especialmente em certas regiões do mundo onde pro players muitas vezes se estabelecem, torna a moradia um desafio caro. E quando a fortuna dos esports se esvai, o que resta?
É nesse ponto que a mensagem de Lil se torna um poderoso alerta: “Assim é a vida de uma pessoa que dedicou toda a sua vida ao Dota sem um plano B”, reflete ele. “Portanto, pensem duas vezes antes de largar a escola ou a universidade para tentar a sorte nos esports.”
A experiência de Lil desmistifica o glamour frequentemente associado ao mundo dos jogos profissionais. O brilho dos torneios e os cheques de premiação milionários, que poucos conseguem alcançar, muitas vezes obscurecem a instabilidade inerente a uma carreira onde a permanência no topo é uma exceção, não a regra. A vida de um jogador profissional é efêmera, e a transição para a “vida real” pode ser brutal para aqueles que não construíram uma base sólida de habilidades ou qualificações fora do jogo.
A história de Lil não é apenas um relato pessoal de dificuldades financeiras; é um espelho da fragilidade de certas carreiras e um lembrete veemente da necessidade de preparar um “Plano B”. No universo dos pixels e dos cliques rápidos, a maior jogada pode ser, paradoxalmente, a mais offline de todas: a construção de um futuro sólido e diversificado.