Destiny: Rising – Quando o “Mobile” Vira “PC” e a Lore Ganha Vida

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A saga Destiny, um pilar na história dos videogames, sempre foi marcada por altos e baixos, mas nunca pela falta de ambição em expandir seus horizontes — e talvez, sua base de lucro. A febre dos jogos *gacha*, que há anos movimenta o mercado, acendeu uma luz nos olhos dos desenvolvedores da Bungie. Em colaboração com a gigante chinesa NetEase, eles nos apresentaram um novo capítulo: *Destiny: Rising*. Mas o que parecia ser apenas mais um caça-níquel portátil, revela-se uma surpresa, especialmente para quem sabe “contornar” a plataforma original.

O Paradoxo Mobile: Um Shooter no Bolso (ou na Tela Grande?)

Jogos *gacha* cativantes não surgem do nada. Projetos que combinam a experiência mobile e PC geralmente são meticulosamente planejados, com *game design* focado em poucos botões e máximo prazer. No entanto, *Destiny: Rising* desafia essa lógica. Ele se apresenta como um shooter mobile – um gênero notoriamente desafiador e, sejamos francos, um tanto *jurássico* para a maioria dos telefones, exigindo paciência de Jó para se adaptar aos controles na tela.

Ainda assim, ao mergulhar em *Destiny: Rising*, uma sensação inesperada surge: o jogo é bom! Longe de ser um *filler* *gacha* genérico, ele se aprofunda em uma parcela fascinante e crucial da *lore* da série, narrando a história dos Primeiros Senhores de Ferro. Além disso, em vez de um protagonista silencioso, somos agraciados com um Guardão carismático e falante, que interage de maneira brilhante com seu Ghost – algo que, ironicamente, faltava até nos títulos principais da franquia, onde o *Ghost* tendia a monopolizar a comunicação.

A “Solução” Inesperada: Emuladores e a Bênção Silenciosa dos Desenvolvedores

Jogar no celular, contudo, é um verdadeiro teste de destreza e paciência. Enquanto um *gacha* tradicional se contenta com três ou quatro botões, aqui temos as habilidades do herói, mira, pulo, ataques corpo a corpo, troca de armas e mais, tudo em um espaço exíguo. A tela pequena simplesmente não comporta a quantidade de informações necessárias para uma experiência de *Destiny* completa: inimigos saindo da tela, efeitos visuais obscurecendo a visão, e para completar, missões cooperativas…

Mas não se desespere, Guardião! A “bênção” para desfrutar plenamente do novo *Destiny* vem na forma de um simples emulador de PC. E o mais curioso é que os desenvolvedores parecem não só permitir, mas até *incentivar* essa abordagem, recompensando os jogadores com moeda *premium* por acessarem o jogo via emulador. Uma meia hora de tentativa no telefone foi suficiente para gerar a frustração necessária para mudar para o computador, onde, de repente, a experiência fluiu sem esforço até o limite da história.

“Não quer dizer que sem um PC seja impossível. Adeptos do mobile podem se acostumar, talvez com a ajuda de um gamepad, mas o tempo de adaptação será considerável, e o problema da tela sobrecarregada persistirá. Pelo menos, há opções de personalização da interface e um modo de tiro automático. É jogável. Mas, *precisa* ser jogável assim?”

Classes Reinventadas e a Dinâmica de Equipe Renovada

E a resposta para “precisa ser jogável assim?” é, em certa medida, sim, porque para a série, o jogo é único. O foco do *gacha* aqui está em personagens de um passado distante. Dê adeus à trindade Caçador/Titã/Arcano; os novos heróis destroem os moldes de classes, por vezes combinando habilidades que seriam impensáveis antes. Um curandeiro com dano de *sniper* devastador ou um *caster* armado apenas com lançadores de granadas e foguetes: cada um exige uma abordagem de jogo diferente.

Existem tanto personagens que preferem o combate corpo a corpo 24/7 quanto heróis mais táticos que espalham *debuffs* e *buffs*. Graças a isso, *Destiny: Rising* surpreende agradavelmente com os papéis em combate: agora é mais fácil definir e organizar táticas de equipe, em vez de um festival caótico de *ultimates*.

O Gacha de Destiny: Preços, Piedade e a “Ganância” Familiar

Em sua essência, a jogabilidade não difere muito de outros títulos de *Destiny*: missões de história são masmorras cooperativas, e até as atividades de *gacha* para coletar recursos seguem um formato similar. O mundo aberto, PvP completo e as *raids* desafiadoras – o *game design* orientado por personagens certamente mudará o formato de jogo habitual, e só o tempo dirá como.

Atualmente, prever todas as nuances do *endgame* é impossível, já que algum gênio decidiu inserir um bloqueio de tempo na história por dois dias após o lançamento, deixando todos os recém-chegados presos no nível 20. Contudo, conceitualmente, o jogo tem tudo para ser viciante: uma infinidade de *perks* e armas únicas, desafios *gacha* que lembram “Abismo” e “Virtual” da HoYoverse.

E acredite, mesmo antes do *endgame*, há muito tempo a ser gasto completando a vasta campanha e limpando o mapa: o jogo é recheado de atividades. Ao completar tudo, uma quantidade respeitável de moeda será acumulada. No entanto, o *gacha* aqui é um pouco mais “ávido” que o normal: exige 180 “primogemas” por tiragem, em vez das 160 padrão estabelecidas pelo próprio *Genshin Impact*. A compensação é uma garantia de personagem lendário um pouco menor: algo é garantido em 60 tiragens.

A Bungie não perdeu a oportunidade de inserir sua amada monetização. Os memes clássicos da comunidade sobre “três *shaders*, duas motocicletas” agora se materializaram na plataforma mobile: ofertas intermináveis de pacotes e passes surgirão por todos os cantos. Por outro lado, os desenvolvedores se esforçaram para minimizar a segunda “doença” da Bungie: problemas técnicos. Em muitas horas de jogo, este humilde escritor não experimentou nenhuma queda ou *lag*, então, por enquanto, podemos dar adeus aos memes de *baboon*, *cat* e *weasel*.

Há um ditado (com uma pitada de verdade, claro) que HoYoverse (o apogeu do gênero *gacha*) e Bungie são “gananciosas”. A primeira economiza centavos em *cutscenes* ou cobra milhões por um personagem sem sequer dar um *buff* necessário. A segunda, por sua vez, cobra claramente mais pelo seu conteúdo do que ele realmente vale. Mas, quando seus estilos se sintetizaram em *Destiny: Rising*, o resultado foi, surpreendentemente, um jogo muito bom.

Talvez seja o encanto das primeiras horas, mas as *cutscenes* estão presentes, a imersão na narrativa é fluida e sem “encheção de linguiça”, e ainda com um botão para pular! Sim, provavelmente não será um *blockbuster* de enredo agitado; será um *Destiny* clássico, onde pretextos narrativos serão inventados para nos levar do ponto A ao B, e não o contrário.

Mas será isso tão ruim? Sem dúvida, o *Destiny* original sempre mimou os fãs com uma dose saudável de “hollywoodianismo”, com menos conteúdo e mais pompa no estilo Marvel. Aqui, no entanto, é um jogo mobile, e ele se sente assim mesmo no emulador: as armas não parecem tão naturais, os movimentos são um tanto “plásticos”. Mas, em contrapartida, não há problemas com o fluxo de conteúdo, algo que aflige os *patches* típicos de *Destiny*.

Veredito Inicial: Um Spin-off de Peso

Este paciente certamente merece uma observação atenta. Não parece uma adição barata à série, mas sim um ramo completo com identidade própria. Sim, não fugiremos dos “trocadilhos” típicos de *Destiny*, continuaremos a massacrar Caídos e A Colmeia pela centésima vez, a ouvir sobre a sobrevivência da humanidade e a luta entre Luz e Trevas. Mas não é exatamente por isso que estamos aqui? O padrão da série certamente não diminui, e esperar que um jogo mobile o eleve seria, no mínimo, peculiar. No entanto, o interessante é que no futuro, isso pode acontecer. Mas investir tempo no jogo já é uma boa ideia agora; ele é realmente ótimo, mesmo que “engane” um pouco sobre sua plataforma.

Bastou a Bungie alçar um novo patamar de realização de serviço com a ajuda de seus amigos da NetEase para que sua criação ganhasse cores completamente diferentes. O jogo não está imune a se tornar um “ordenhador” insípido no futuro, mas, por enquanto, a dinâmica é exclusivamente positiva.

Gabriel Neves dos Santos

Gabriel Neves dos Santos, 34 anos, é um repórter veterano da cena de eSports em Curitiba. Com background em programação, ele traz uma perspectiva única para suas análises sobre Dota 2 e Valorant. Conhecido por suas investigações aprofundadas sobre contratos e transferências de jogadores profissionais, ele se destaca por revelar histórias exclusivas do cenário.

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