A batalha legal da Nintendo contra a pirataria de seus jogos e hardware ganhou mais um capítulo de destaque. Em uma operação coordenada, o Federal Bureau of Investigation (FBI) dos Estados Unidos, em colaboração com uma agência holandesa, apreendeu o controle de um dos sites mais notórios e utilizados para a distribuição de ROMs piratas do console Nintendo Switch: o Nsw2u.
Ao tentar acessar a página principal do Nsw2u, que antes funcionava como um vasto repositório de jogos ilegais, os usuários agora se deparam com uma mensagem clara: o domínio foi tomado como parte de uma ação da lei. A operação não foi um esforço isolado dos EUA; contou com a participação do Serviço de Informação e Investigação Fiscal (FIOD), uma agência governamental holandesa focada em crimes financeiros. O mandado para a apreensão foi emitido por um Tribunal Distrital dos EUA na Geórgia, demonstrando a cooperação internacional necessária para derrubar operações digitais que transcendem fronteiras.
Este movimento é um reflexo da postura cada vez mais assertiva da Nintendo no combate à violação de seus direitos autorais. A empresa tem deixado claro, especialmente com o lançamento de atualizações de firmware e possíveis novas revisões de hardware, que não tolerará o uso de dispositivos ou software destinados a rodar jogos piratas. Um exemplo recente notório é o do cartucho MIG Switch, que permite carregar múltiplas ROMs (legais ou ilegais). A simples detecção desse tipo de hardware em consoles com software mais recente tem levado a banimentos permanentes do serviço online da Nintendo. Uma vez marcado por usar um MIG Switch, a reversão do banimento parece ser, na prática, impossível, pois a ação viola os termos de serviço da empresa.
A Nintendo não tem se limitado a atacar a infraestrutura de distribuição de pirataria. A empresa também tem perseguido indivíduos. No ano passado, por exemplo, foi noticiado que a Big N rastreou um suposto pirata acusado de vender hacks de hardware e consoles Switch modificados com jogos pré-carregados. O recado é direto: quem facilita a pirataria está na mira.
Talvez o caso mais famoso e que serve como um forte precedente seja o de Gary Bowser. Preso em 2020 por seu envolvimento na Team Xecuter, um grupo que vendia dispositivos de hacking para consoles Nintendo, Bowser foi condenado a 40 meses de prisão. Embora tenha conseguido uma soltura antecipada por bom comportamento, ele ainda deve milhões de dólares à Nintendo como parte do julgamento civil. O próprio Bowser já declarou que seu caso foi usado pela Nintendo como um “exemplo” para dissuadir outros potenciais piratas. Parece que a estratégia de “dar o exemplo” com consequências severas está em pleno vigor.
A apreensão do Nsw2u, em conjunto com as ações contra hardwares piratas e indivíduos, reforça a mensagem de que a Nintendo e as autoridades estão cada vez mais equipadas e dispostas a ir longe para proteger sua propriedade intelectual. Para aqueles que insistem em contornar os sistemas de segurança, as ações recentes indicam que o risco legal e financeiro é cada vez maior e mais palpável. A era dourada da pirataria de Switch, se é que um dia existiu de forma segura, parece estar enfrentando seus dias mais sombrios sob o peso da lei.
