Grand Blue 2ª Temporada: Entre Oolong, Mergulhos e o Absurdo da Vida Universitária

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Caros entusiastas da vida universitária regada a (muito) Oolong e caos subaquático, preparem seus pulmões (e fígados): *Grand Blue* está de volta! Sete anos se passaram desde que Iori Kitahara adentrou o clube de mergulho Peek-a-Boo e, com ele, uma espiral de nudez, bebidas e amizades questionáveis. A espera foi longa, mas a segunda temporada finalmente chegou para nos lembrar por que nos apaixonamos (e talvez nos preocupamos um pouco) por essa gangue de estudantes desajuizados.

Enquanto muitos animes buscam reinventar a roda ou entregar dramas existenciais de partir a alma, *Grand Blue* segue uma filosofia diferente: fazer o simples, mas fazer *muito bem*. Não espere reviravoltas grandiosas ou um lore profundo que te force a reconsiderar a natureza da realidade. A beleza de *Grand Blue* reside na sua capacidade de transformar a premissa mais mundana – a vida de estudantes em um clube de mergulho – em uma fonte inesgotável de comédia absurda e identificável (talvez nem tanto a parte da nudez pública).

Lembre-se dos seus 20 anos: um limbo entre a adolescência e a vida adulta, onde uma simples ida ao mercado pode, por algum motivo, terminar em outra cidade ou, pior, em 15 dias de detenção social. Adicione a isso um grupo de amigos que definem “imaturidade” como meta de vida e pronto, você tem a receita para o sucesso cômico. E *Grand Blue* domina essa receita com maestria.

A história segue Iori, que se muda para uma cidade litorânea para iniciar a faculdade, ficando na casa do tio que também abriga suas charmosas primas. Se você pensou “ok, mais um harémzinho”, saiba que *Grand Blue* tem prioridades diferentes. A verdadeira paixão (ou seria perdição?) de Iori é o clube Peek-a-Boo, conhecido por suas… peculiaridades. E sim, é um clube de *mergulho*. Mesmo que a maior parte do tempo envolva rituais bizarros com bebidas suspeitas.

O Retorno: O Que Esperar da 2ª Temporada?

Considerando que *Grand Blue* funciona mais como uma série de situações cômicas do que uma narrativa linear com grandes *cliffhangers*, a pausa de sete anos não foi fatal. O primeiro episódio da nova temporada não chega com fogos de artifício épicos, mas sim com a naturalidade de quem apenas apertou o botão de “continuar”. Parece mais um episódio comum no meio da temporada do que uma aguardada estreia.

Essa abordagem tem seu propósito: primeiro, serve como um reencontro suave com o universo e os personagens (sete anos é tempo, afinal!). Segundo, e mais importante, dedica tempo para introduzir um novo membro ao elenco: **Shiori**, a irmã mais nova de Iori. À primeira vista, ela parece a típica irmãzinha de anime, educada e ligeiramente obcecada pelo irmão. Isso, é claro, leva a reações hilárias (e um tanto perturbadoras) do otaku Kohei e promete atrito com o “pseudo-harém” de Iori. Mas não se engane, Shiori guarda camadas ocultas que prometem agitar as coisas de forma inesperada.

Trailers e a nova sequência de encerramento sugerem que outros novatos estão a caminho, incluindo um professor maluco na universidade e a aguardada chegada de **Busujima**, uma personagem conhecida por ser uma “rival” arrogante que tem como objetivo declarado tornar a vida de Iori um inferno particular. Mais lenha para a fogueira do caos? Sim, por favor.

Apesar da falta de “ação” no sentido tradicional (e notavelmente a ausência de Oolong e água no episódio inicial), a estreia da segunda temporada entrega o que os fãs esperam: o humor característico de *Grand Blue*, piadas no limite, situações constrangedoras e, claro, ângulos… interessantes. Mesmo com um início contido, é inegavelmente o mesmo *Grand Blue* que conquistou a audiência anos atrás. Se você assistisse as temporadas em sequência, mal notaria a longa pausa.

Animação e Estilo: Sem Orçamento Bilionário, Mas Com Alma

Sejamos francos: *Grand Blue* nunca foi sinônimo de animação de tirar o fôlego e a segunda temporada não muda isso. Algumas cenas parecem, de fato, quadros do mangá coloridos e animados minimamente. Pode parecer “barato” à primeira vista, e talvez seja, mas isso tem um ponto. O foco de *Grand Blue* está nas *reações* dos personagens – as caretas exageradas, o desespero nos olhos de Iori, a intensidade absurda dos veteranos. A animação, ainda que simples, serve perfeitamente a esse propósito, destacando as expressões que são a alma da comédia. O anime tem seu próprio estilo, e ele funciona.

Quanto às novas aberturas e encerramentos, é uma questão de gosto pessoal. As originais tinham uma energia e uma peculiaridade que as tornaram memoráveis (quem esquece o karaokê de Iori e Kohei?). As novas são agradáveis e trazem artistas renomados (como Shōnan no Kaze, que também faz músicas para a série *Yakuza/Like a Dragon*), mas talvez não capturem a mesma essência “caótica e tocante” das primeiras. Ainda assim, são boas adições.

Veredito: Mergulhe de Cabeça (Mas Cuidado Com o Oolong)

*Grand Blue* é barulhento, vulgar, muitas vezes sem noção e pode fazer os defensores da “alta cultura” correrem para as colinas. É um anime sobre amizade, sobre a loucura da juventude, um pouco sobre romance, e sim, sobre a pura alegria do absurdo e do constrangimento alheio. E, contra todas as probabilidades, também é sobre **mergulho**. Sério, eles realmente mergulham às vezes!

Eu recomendo fortemente este anime para quem está preso no calor do verão (ou do inverno, dependendo de onde você lê), para quem sente falta dos dias de faculdade (talvez não *exatamente* assim, mas a energia está lá), e até para aqueles estetas refinados que coram com uma piada de duplo sentido. Porque, sejamos honestos, todos nós precisamos desligar o cérebro de vez em quando e apenas dar boas risadas com um bando de idiotas adoráveis.

É, e é sobre mergulho também. Prometo que na análise da terceira temporada eu falo mais sobre isso.

Gabriel Neves dos Santos

Gabriel Neves dos Santos, 34 anos, é um repórter veterano da cena de eSports em Curitiba. Com background em programação, ele traz uma perspectiva única para suas análises sobre Dota 2 e Valorant. Conhecido por suas investigações aprofundadas sobre contratos e transferências de jogadores profissionais, ele se destaca por revelar histórias exclusivas do cenário.

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