A Gamescom, uma das maiores vitrines do universo dos videogames, trouxe consigo a habitual enxurrada de anúncios e, para a alegria (e talvez a leve frustração) dos fãs, também alguns vislumbres de títulos já conhecidos. Entre eles, destacou-se a aguardadíssima sequência de um dos maiores fenômenos indie da última década: Hollow Knight: Silksong. O burburinho era grande, afinal, a princesa-protetora, Hornet, embarcaria em uma peregrinação mortal por um mundo desconhecido, e a promessa era de que finalmente veríamos algo novo.
Hornet, a Herdeira e sua Jornada Repaginada
Desta vez, o protagonismo é de Hornet, figura já conhecida e admirada do primeiro jogo. Equipada com sua confiável agulha, que agora permite ataques carregados para causar aquele dano extra, ela demonstra a agilidade e a letalidade que esperamos. A experiência “hands-on” na Gamescom 2025 permitiu que os poucos sortudos testassem seus movimentos fluidos e seu combate preciso. A batalha contra a “Mãe” (Mother), por exemplo, pareceu suficientemente direta, proporcionando um reencontro bem-vindo com o estilo intrincado e desafiador que caracterizou o original.
Infelizmente, a qualidade do áudio no material de gameplay divulgado não permitiu apreciar devidamente a atmosfera sonora que a aclamada trilha de Christopher Larkin promete. Contudo, foi o suficiente para sentir o peso da agulha de Hornet e a fluidez de seus saltos, lembrando-nos do quão viciante é mergulhar novamente neste universo peculiar.
Um Déjà Vu de Seis Anos: A Ironia da Gamescom 2025
Mas, como toda boa notícia no mundo de Silksong, há sempre um pequeno “porém”. Enquanto a euforia dos vislumbres era palpável, um detalhe chamou a atenção dos observadores mais astutos: o material de gameplay exibido na Gamescom 2025 era, para a surpresa de ninguém, o mesmo trecho já visto na E3 de 2019. Sim, você leu certo. O mesmo pedaço do jogo que jogamos (ou assistimos) seis anos atrás.
Para um jogo que tem sido alvo de tantos adiamentos, a ansiedade dos fãs atingiu níveis quase míticos. A cada evento, a esperança se renova, e a cada “não é dessa vez”, uma nova dose de angústia. Ver o mesmo material de gameplay reciclado em uma vitrine tão proeminente como a Gamescom pode ser interpretado de várias formas. Talvez a Team Cherry, a genial desenvolvedora por trás da obra, esteja jogando um jogo de paciência com o público, decidindo guardar suas cartas mais valiosas para o momento certo. Ou, quem sabe, aquele trecho de 2019 é simplesmente o nível mais polido e pronto para exibição, servindo como uma amostra inicial para novos jogadores ou um nostálgico “boa-vindas de volta” para os veteranos que acompanham a saga há anos.
É quase uma performance artística da espera: a cada grande evento, um novo aceno, um novo “estamos aqui”, mas sem revelar muito, mantendo o mistério e a agonia da antecipação vivos.
A Promessa de 2025 e o Futuro Incerto
Apesar do paradoxo do gameplay repetido, a Team Cherry reafirmou seu objetivo de que Hollow Knight: Silksong esteja pronto para um lançamento em 2025. Esta é, talvez, a notícia mais concreta em meio a tanto suspense. Para aumentar a expectativa, foi anunciada uma apresentação especial dedicada ao jogo que ocorrerá ainda esta semana, dentro da Gamescom. Quem sabe, talvez lá tenhamos finalmente uma data de lançamento oficial e mais detalhes sobre a intrincada história que aguarda Hornet.
Até lá, resta aos fãs continuar na torcida, analisando cada pixel do gameplay já conhecido e especulando sobre as maravilhas e desafios que o reino de Pharloom reserva. Silksong continua sendo um dos jogos mais esperados, um testamento à qualidade e ao impacto do seu predecessor. A jornada para o lançamento tem sido longa e sinuosa, mas a fé na Team Cherry e na aventura de Hornet permanece inabalável, mesmo que, por vezes, a espera pareça uma epopeia tão grandiosa quanto o próprio jogo.