A comunidade do wrestling e fãs de cultura pop global se despedem de um dos seus maiores ícones. Terry Bollea, o inconfundível Hulk Hogan, nos deixou aos 71 anos, mas seu legado permanecerá inabalável.
A notícia chegou como um “pile-driver” inesperado no mundo do entretenimento: Terry Bollea, mais conhecido como o icônico **Hulk Hogan**, faleceu aos 71 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória em sua residência em Clearwater, Flórida. A confirmação, que inicialmente agitou as redes sociais, marca o fim da trajetória de um dos nomes mais reconhecíveis e influentes da história do wrestling profissional e da cultura pop global.
O Nascimento de um Fenômeno: Hulkamania
Hogan não era apenas um lutador; era um espetáculo ambulante. Com seu físico imponente, o inconfundível bigode de guidão e uma carisma que transbordava das telas de TV, ele transformou o então WWF (World Wrestling Federation) em uma potência global. Sua estreia em 1979 foi apenas o prelúdio para o que viria a ser a “Hulkamania”, um movimento que arrastava multidões e fazia crianças, e adultos, gritarem “Whatcha gonna do, brother?!”.
O ápice dessa era talvez tenha sido o histórico body-slam em André, o Gigante, na WrestleMania III. Um momento que transcendeu o wrestling e se cravou na memória coletiva, solidificando Hogan como o maior herói do esporte. Sua imagem era tão intrínseca à marca que ele estrelou inúmeros jogos de videogame, de WWF WrestleMania a WCW/nWo Revenge, deixando sua marca em pixels tanto quanto nos ringues.
Além do Ringue: Cinema, TV e Novas Fronteiras
A influência de Hogan se estendeu muito além das quatro cordas. Sua transição para o entretenimento mainstream foi suave, com papéis memoráveis em filmes como Rocky III e séries de TV como Hogan Knows Best, onde, para surpresa de ninguém, ele continuava sendo o centro das atenções, agora em um formato mais familiar.
Nos anos 90, sua mudança para a WCW (World Championship Wrestling) não foi menos impactante. O “Hulk Hogan” que antes inspirava virtudes, agora abraçava um lado mais sombrio com a nWo (New World Order), provando sua versatilidade e capacidade de se reinventar, mesmo que isso significasse chocar seus fãs mais antigos. Mais recentemente, em abril de 2025 – sim, o tempo é uma loucura, ou a notícia original tinha um erro curioso sobre a data de fundação da promoção – ele co-fundou a Real American Freestyle Wrestling, mostrando que, mesmo aos 71, o desejo de moldar o futuro do wrestling ainda ardia. Uma tentativa final de deixar sua marca, ou talvez apenas a prova de que velhos hábitos (e a paixão pelo esporte) nunca morrem.
As Sombras no Legado: Controvérsias e Redenção
Nenhuma carreira tão vasta e pública quanto a de Hulk Hogan estaria isenta de controvérsias. Em 2015, escândalos envolvendo comentários racistas e alegações de infidelidade mancharam sua imagem. Por um tempo, a WWE chegou a apagar sua existência de seus registros, um silêncio ensurdecedor para alguém que um dia foi seu principal porta-bandeira.
Esses episódios, embora dolorosos e inegáveis, adicionam uma camada de complexidade a um ícone que sempre foi visto como o “herói americano”. Eles servem como um lembrete de que mesmo os maiores super-heróis do entretenimento são, no fim das contas, humanos, com suas falhas e imperfeições. No entanto, sua eventual reconciliação com a WWE e o reconhecimento de seu papel histórico mostram a resiliência não apenas de sua carreira, mas também da capacidade do público e da indústria de perdoar – ou, pelo menos, de reconhecer a importância inegável.
O Legado Imortal de um “Hulk”
Hulk Hogan deixa sua esposa, Sky, e seus filhos de um casamento anterior. Mas, mais do que sua família, ele deixa um legado imensurável para o wrestling. Desde seus primeiros dias no WWF, moldando a estética do lutador mainstream, até seus últimos empreendimentos para nutrir novos talentos, sua influência se espalha por gerações de fãs e atletas.
Ainda que a “Hulkamania” tenha seu último “pinfall” com a partida de Terry Bollea, o eco de seus “Whatcha gonna do, brother?!” e o impacto de suas lendas no ringue certamente ressoarão por muitos e muitos anos. O colosso se foi, mas o ícone, como a própria história do wrestling, é eterno.