O lançamento de Hitman: World of Assassination como um dos títulos iniciais do novo Nintendo Switch 2 veio acompanhado de uma nota amarga para alguns jogadores: problemas significativos de performance. O estúdio dinamarquês IO Interactive, responsável pelo aclamado simulador de assassinos furtivos, finalmente quebrou o silêncio e reconheceu as dificuldades técnicas que têm afetado a experiência dos jogadores no mais recente console da Nintendo.
A expectativa para este port era alta. Afinal, Hitman: World of Assassination foi posicionado como um dos jogos de terceiros que demonstrariam a capacidade do Switch 2 em rodar títulos graficamente intensivos da geração atual. Ironicamente (ou talvez não surpreendentemente, dependendo do seu histórico com lançamentos de jogos), o port tem enfrentado críticas justamente por não entregar a performance esperada.
Relatos iniciais e análises apontam para uma taxa de quadros (frame rate) que se comporta de maneira peculiar, sem um limite claro, resultando em flutuações “descontroladas” e uma jogabilidade descrita como “desigual”. Há um pequeno alento: no modo portátil, a situação parece ser marginalmente melhor, graças ao suporte nativo da tela para Variable Refresh Rate (VRR), que ajuda a suavizar, um pouco, os picos de instabilidade.
Em uma entrevista recente, Jonathan Lacaille, diretor da franquia na IO Interactive, abordou a questão diretamente. “A equipe está trabalhando nesses problemas de performance agora, e eles serão resolvidos durante o verão [do hemisfério norte]”, declarou Lacaille. Uma promessa clara, embora a precisão sobre *quando* exatamente as correções chegarão permaneça no reino do vago (“durante o verão” pode ser um período considerável).
Lacaille também aproveitou a oportunidade para associar este aprendizado ao desenvolvimento de 007 First Light, o próximo grande projeto da IO, que está sendo desenvolvido para diversas plataformas, incluindo o Switch 2. “Certamente é um bom aprendizado para nós que levaremos para o *First Light* também – então tudo isso será conhecimento que aplicaremos no próximo título”, explicou ele, indicando que a otimização no Switch 2 para Hitman servirá como base para garantir uma melhor experiência no jogo do Agente 007 no mesmo hardware.
Apesar dos percalços atuais, Lacaille reafirmou a confiança no potencial do novo console da Nintendo: “O Switch 2 é um dispositivo poderoso – poderoso o suficiente para trazermos o *First Light* para ele nativamente”. Essa declaração sugere que os problemas em Hitman são mais relacionados à otimização específica do port de lançamento do que a uma limitação inerente do hardware para rodar jogos desse porte.
Vale mencionar, em um breve parêntese contextual, que este não é o único lançamento recente no qual a IO Interactive (enquanto publisher) esteve envolvida que enfrentou turbulências técnicas. O jogo *MindsEye*, que eles publicaram, desenvolvido pela Build A Rocket Boy, também teve problemas severos de performance, a ponto de levar jogadores no PlayStation 5 a conseguirem reembolsos. Isso talvez sugira que otimização tem sido um ponto de atenção para o estúdio em diferentes frentes.
Enquanto os fãs de Hitman no Switch 2 aguardam ansiosamente pelas atualizações prometidas que, esperançosamente, trarão a estabilidade necessária, a situação serve como um lembrete de que, mesmo consoles promissores e títulos de grandes franquias podem tropeçar no complexo processo de otimização para novos hardwares. A expectativa agora recai sobre a IO Interactive: conseguirão eles entregar a experiência fluida e polida que a franquia Hitman merece no novo hardware da Nintendo e, mais importante, os “aprendizados” realmente garantirão um lançamento mais suave para o aguardado jogo do 007 no Switch 2?