Destiny 2, um universo conhecido por sua rica lore e expansões épicas, frequentemente nos presenteia com personagens inesquecíveis. Contudo, com “The Edge of Fate”, o primeiro capítulo da nova “Saga do Destino” da Bungie, os jogadores foram apresentados a uma figura singular: Lodi. Este personagem, que atua como seu principal contato no enigmático destino de Kepler, possui uma história profunda e peculiar que adiciona camadas inéditas à narrativa do jogo. Mas o que o torna tão diferente?
O Enigma de Lodi: Um Viajante do Tempo no Futuro
A grande revelação sobre Lodi é que ele é um viajante do tempo, um homem dos anos 1960 sequestrado e arremessado através dos séculos por uma agenda desconhecida. Isso o posiciona de forma única no panteão de Destiny 2. Enquanto os Guardiões são seres imortais imersos em milênios de conflitos cósmicos, Lodi tem um referencial muito mais próximo do nosso. Ele é, em essência, um “cara comum” em um universo de magia espacial e deuses eldritch, o que o transforma em uma anomalia fascinante no mundo de Destiny.
A Humanidade por Trás da Voz: Brian Villalobos no Papel de Lodi
Em “The Edge of Fate”, Lodi é interpretado por Brian Villalobos, um ator que, curiosamente, não era um veterano no universo de Destiny 2 antes de assumir o papel. Sua imersão no jogo e na sua vasta mitologia aconteceu à medida que se preparava para dar vida a Lodi. Villalobos, cujo irmão é o conhecido streamer de Dark Souls, LobosJr, foi “soprado” pela profundidade e extensão da história de Destiny, descrevendo-a como “tão expansiva e profunda quanto Star Wars ou O Senhor dos Anéis”.
E aqui reside uma ironia deliciosa: a falta de familiaridade inicial de Villalobos com o lore complexo de Destiny se alinhou perfeitamente com a essência de Lodi. “Ele é um `Viajante do Tempo, Estranho em Terra Estranha`”, explica o ator. “Eu pude me relacionar totalmente com isso.” Essa sensação de ser um peixe fora d`água, constantemente confuso mas intensamente curioso, permitiu a Villalobos canalizar a genuína surpresa e vulnerabilidade do personagem, tornando-o instantaneamente relacionável para os jogadores.
Desafios da Atuação no Espaço Sideral: Emoção e Comédia Situacional
Interpretar Lodi trouxe uma série de desafios. O personagem enfrenta situações de grande angústia – abdução alienígena, salto temporal e manipulação mental. Villalobos relata que a experiência foi “muito, muito divertida”, apesar da magnitude dos acontecimentos cósmicos. Para ele, a “humanidade está na escrita”. A equipe narrativa da Bungie criou um personagem “instantaneamente relacionável”, permitindo ao ator imprimir suas próprias nuances vocais e personalidade.
A gravação da performance, que incluiu sessões de captura de movimento em Estocolmo com atores experientes de Destiny como Allyson Kulavis e Richard Sloniker, foi fundamental para “ancorar” a performance. Lodi, mesmo lidando com o destino do universo, é “apenas um cara”. E esse “apenas um cara” também precisa guiar o jogador. Villalobos comparou esse balanço entre ser um “peixe fora d`água” e uma figura de autoridade a um ator entrando em um novo papel: você confia em suas qualificações, mas também precisa “confiar até que dê certo”, um “fingir até conseguir” de alta classe.
Conexões Inesperadas e Inspirações Culturais
Uma das partes mais interessantes para Villalobos foi a “quantidade um tanto estranha de semelhanças” que ele compartilha com Lodi. Ambos amam idiomas e pessoas, são pacifistas, valorizam a comunicação e conexão, e até se parecem fisicamente. O ator confessou ter adorado a comédia situacional que surgia de ser “um cara dos anos 60 jogado no futuro de magia espacial”. Lodi é o estereótipo do “Como vão, jovens?”, um arquétipo com o qual Villalobos se identificou prontamente.
Questionado sobre suas inspirações, Villalobos mencionou levemente Kyle McLachlan/Dale Cooper (de Twin Peaks) e Arquivo X, mas enfatizou que sua “estrela guia” foram a própria escrita e o personagem Lodi. Ele sugeriu que há referências “muito interessantes e divertidas” para as “outras personalidades” de Lodi, mas que não está autorizado a discuti-las, o que apenas aumenta o mistério e o apelo do personagem.
Lodi e a Teoria da Conspiração do JFK
E quanto à hilária teoria dos fãs de que Lodi teria assassinado JFK? Villalobos, com um toque de humor, preferiu não comentar diretamente, brincando que “provavelmente preciso atender isso” ao ser questionado. Uma resposta que mantém o mistério e a diversão em torno de um personagem já tão intrigante.
Lodi, com sua mistura de vulnerabilidade humana e ares de guia, trouxe uma perspectiva refrescante para Destiny 2. A atuação de Brian Villalobos soube capturar a essência de um “cara comum” lidando com o extraordinário, provando que, mesmo em um universo repleto de magia espacial e ameaças cósmicas, a verdadeira “humanidade está na escrita” e na interpretação, tornando-o um dos personagens mais memoráveis de “The Edge of Fate”.