Maelstorm: “Quem se envolve com 322, que fique por lá”

Notícias sobre esportes » Maelstorm: “Quem se envolve com 322, que fique por lá”

O analista e comentarista de Dota 2, Vladimir “Maelstorm” Kuzminov, expressou duras críticas aos jogadores implicados em partidas combinadas. Segundo ele, embora a punição de banimento vitalício possa ser considerada excessiva, suspensões de 3 a 5 anos são suficientes para efetivamente encerrar a carreira de um jogador profissional. Maelstorm compartilhou suas opiniões em uma entrevista.

A questão é bastante complexa, pois, por um lado, a desqualificação perpétua parece um completo absurdo. Frequentemente, três a cinco anos são suficientes para que uma desqualificação seja realmente perpétua, já que após cinco anos dificilmente alguém retorna ao cenário profissional. Imagine um jogador banido por cinco anos no auge de sua forma; após a suspensão, ele não conseguirá mais apresentar o mesmo desempenho, e ninguém desejará jogar com ele, e assim por diante.

Contudo, o principal problema, conforme Maelstorm, reside na dificuldade de comprovar a manipulação de resultados. Diferentemente do doping nos esportes tradicionais, no Dota 2, a fraude é difícil de detectar, pois os jogadores podem intencionalmente realizar ações estranhas que não afetam diretamente o resultado da partida.

O problema do match-fixing é a dificuldade em prová-lo. Nos esportes tradicionais, o doping pode ser detectado no sangue ou de alguma forma determinado pelos resultados – um atleta usa doping para melhorar seu desempenho. Aqui, a situação é diferente: ninguém usa substâncias, mas em algum momento do jogo algo é feito, e frequentemente isso nem afeta diretamente o resultado da partida. Considerando que em Dota 2, às vezes, jogadores em partidas finais de grandes torneios cometem erros inacreditáveis e fazem coisas bizarras, é muito difícil encontrar quem faz “322” e, ao encontrá-los, é quase impossível provar. Portanto, se alguém for pego e comprovadamente culpado, o banimento perpétuo serve de lição. Isso ajuda no combate ao match-fixing, mas não da maneira ideal. Na verdade, é preciso não apenas punir, mas também monitorar constantemente. A melhor forma de combater é ter um cenário profissional saudável.

O analista também abordou as razões econômicas que levam jogadores a se envolverem em match-fixing. Muitos jogadores de nível tier-2 percebem que não conseguirão chegar ao topo, mas desejam ganhar dinheiro.

Suponha que jogadores vejam que do tier-2 há um caminho para o tier-1, onde as condições são boas. Mas muitos já entendem que nunca chegarão ao tier-1 – jogam no tier-2 a vida toda e ainda querem ganhar dinheiro, embora na prática seja impossível. Então, eles apelam para categorias absolutamente incompreensíveis sobre ganhos. Vá fazer outra coisa onde você possa ganhar dinheiro. Por que você fica jogando um jogo que não sabe jogar em um nível suficiente? Eu ou aqueles que estão lendo isto não vamos jogar Dota profissionalmente porque entendemos que não sabemos ou não queremos fazer isso. E vocês (jogadores que participam de partidas combinadas) não conseguem ganhar torneios ou estar no tier-1, mas ainda querem ganhar dinheiro? Isso é incompreensível. Ou seja, vocês se envolvem em esquemas obscuros desde o início. Resumindo, acho que quem se envolveu nessa porcaria deve ficar por lá, e pronto.

Anteriormente, o ex-jogador profissional de Dota 2, Gleb “Funn1k” Lipatnikov, declarou que participantes de partidas combinadas merecem uma segunda chance, pois muitas vezes são as circunstâncias que os levam a cometer tais infrações.

Gabriel Neves dos Santos

Gabriel Neves dos Santos, 34 anos, é um repórter veterano da cena de eSports em Curitiba. Com background em programação, ele traz uma perspectiva única para suas análises sobre Dota 2 e Valorant. Conhecido por suas investigações aprofundadas sobre contratos e transferências de jogadores profissionais, ele se destaca por revelar histórias exclusivas do cenário.

© Copyright 2025 Portal de notícias de esportes
Powered by WordPress | Mercury Theme