A Nintendo, conhecida por seus personagens icônicos e narrativas cativantes, recentemente pegou muitos de surpresa ao “esclarecer” um dos romances mais duradouros (e implicitamente aceitos) da história dos videogames. Por meio de uma publicação no aplicativo Nintendo Today, a gigante japonesa declarou, de forma sucinta e talvez um tanto desnecessária, que Mario e a Princesa Peach são “apenas bons amigos”. Uma afirmação que levantou uma sobrancelha coletiva entre milhões de fãs em todo o mundo.
A Declaração Oficial e o Burburinho Online
A notícia veio em um perfil da Princesa Peach dentro do aplicativo Nintendo Today, onde a relação com o encanador mais famoso do mundo foi descrita como puramente platônica: “Princesa Peach e Mario são bons amigos e se ajudam sempre que podem.” Embora a publicação original tenha sido efêmera, desaparecendo com as atualizações diárias do aplicativo, o impacto já estava feito. Usuários atentos, como KirPinkFury no X (antigo Twitter), rapidamente capturaram a mensagem, desencadeando uma enxurrada de reações nas redes sociais.
Afinal, para a maioria dos jogadores, a ideia de que Mario e Peach são meros “amigos” é, no mínimo, peculiar. Não é preciso ser um detetive de relacionamentos para notar que a dinâmica entre os dois sempre foi muito além de um simples companheirismo. A dedicação de Mario em resgatá-la de Bowser, castle após castle, ao longo de décadas, sugere um nível de afeto que transcende a definição usual de “amizade”.
Beijos, Propostas e a Realidade dos Jogos
A própria história dos jogos oferece ampla “evidência” contra a recente declaração da Nintendo. Quem não se lembra dos inúmeros beijos que Peach concedeu a Mario no rosto ao longo dos anos, muitas vezes como recompensa por salvá-la? Existe até uma montagem de momentos assim que viralizou, com milhões de visualizações, provando que a química entre eles é um fato inegável para a comunidade.
O auge dessa “amizade” talvez tenha sido no aclamado Super Mario Odyssey, onde Mario, em um ato de coragem romântica, chega a propor casamento à Princesa Peach. Embora ela o recuse no momento – compreensivelmente, considerando que Bowser acabara de forçá-la a uma união indesejada – a intenção de Mario estava clara. Ele certamente não estava pensando em “amizade” naquele momento. Talvez Peach só precisasse de um pouco de espaço para processar o trauma de quase ser sequestrada para um casamento arranjado. Um timing, convenhamos, um tanto inapropriado por parte do encanador.
Por Que a Nintendo Agora?
A decisão da Nintendo de redefinir oficialmente o status de Mario e Peach levanta uma pergunta interessante: por quê agora? Seria uma tentativa de manter a liberdade narrativa para futuros jogos? Ou uma forma de evitar amarras de “lore” que possam limitar a criatividade? A situação é bastante similar à de Link e Zelda, de The Legend of Zelda, que, apesar de sua profunda conexão e aparente romance, nunca tiveram seu relacionamento oficialmente declarado como tal pela Nintendo. É um mistério que a empresa parece gostar de manter. Talvez seja uma estratégia para que os fãs continuem especulando e se envolvendo emocionalmente com a narrativa.
Aparentemente, a dedicação inquestionável de Mario em salvar a princesa repetidamente de um lagarto gigante cuspindo fogo não é suficiente para classificá-lo como `interessado romanticamente` no manual de relacionamentos da Nintendo. Que lição de vida, não?
O Verão do “Ser ou Não Ser” na Realeza Cogumelo
No fim das contas, a declaração da Nintendo, por mais oficial que seja, pouco muda a percepção dos fãs. Para milhões de jogadores, Mario e Peach sempre foram e continuarão sendo um dos casais mais icônicos dos videogames, mesmo que o status oficial seja o de “bons amigos que se beijam na boca e quase se casam”. A ironia reside na tentativa de uma corporação em controlar uma narrativa que já existe há décadas no imaginário popular.
Resta-nos aceitar a “amizade” forçada e continuar torcendo para que, um dia, a Nintendo reconheça o que nossos corações de jogadores já sabem: Mario e Peach são muito mais do que apenas colegas que, por acaso, se veem em situações de vida ou morte frequentemente. É um romance clássico, mesmo que não seja assinado em contrato pela empresa. E, honestamente, é essa a beleza de Mario e Peach: a capacidade de transcender definições e continuar a nos encantar.