Após anos de batalhas eletrizantes, sacrifícios comoventes e a formação de uma nova geração de heróis, o universo de My Hero Academia se prepara para seu grandioso final. A oitava e derradeira temporada já deu o pontapé inicial, prometendo o desfecho épico que milhões de fãs aguardam. Mas o que a estreia revelou e o que podemos esperar da culminação desta saga que capturou corações ao redor do mundo?
Uma Jornada Contra Todas as Probabilidades
A história de Izuku Midoriya, o garoto “sem individualidade” que sonhava em ser um herói como seu ídolo All Might, é um clássico conto de superação. Do ostracismo à ascensão como um dos mais poderosos portadores do One For All, Deku personifica a crença de que qualquer um pode ser um herói, independentemente de seus dons. Sete temporadas e 159 episódios nos guiaram por sua evolução, pelos laços formados na U.A. High e pelos confrontos cada vez mais intensos contra a Liga dos Vilões e, principalmente, All For One.
É uma saga que, embora não se compare à longevidade de titãs como One Piece, estabeleceu sua própria marca, construindo um universo rico em personagens e dilemas morais. E agora, tudo converge para o grande acerto de contas.
A Estratégia do Primeiro Episódio: Repetição e Reafirmação
O primeiro episódio da oitava temporada optou por uma abordagem interessante: revisitar e expandir o clímax da temporada anterior. Uma estratégia que pode ter dividido opiniões, mas que serviu para reafirmar a magnitude do confronto que se desenrola. Testemunhamos novamente a entrada triunfal de All Might em sua armadura de combate, uma visão que, convenhamos, remete a certas sagas de super-heróis ocidentais. Se Iron Man precisava de sua armadura para lutar, parece que o Símbolo da Paz agora também tem seu traje “Made in USA” para nivelar o campo de batalha.
A luta entre All Might e All For One continua visceral e cheia de fúria, com o herói, apesar de sua condição enfraquecida, exalando uma sede de vitória palpável. A ironia de sua “nova” forma reside em sua icônica risada, que agora, sob o capacete danificado, assume um tom quase sinistro. Enquanto os tentáculos mecânicos que surgem da armadura trazem uma ligeira lembrança de um certo Dr. Octopus – um toque que adiciona um charme peculiar à cena.
Além do embate principal, o episódio trouxe à tona pequenos focos em personagens secundários, como a revelação da identidade de uma espiã e a surpreendente aparição de Stain, o Assassino de Heróis, no novo encerramento. E sim, para a alegria dos fãs, a banda japonesa Porno Graffitti retorna para o tema de abertura com a canção “THE REVO”, evocando a nostalgia dos primeiros arcos e de outras obras icônicas como Fullmetal Alchemist e Bleach.
A (Des)construção do Herói Sem Individualidade
Um dos pontos mais intrigantes levantados pelo episódio, e que merece uma reflexão, é a questão central: pode um indivíduo sem uma Individualidade se tornar um herói? Tanto Izuku quanto All Might nasceram sem dons especiais. No entanto, sua jornada os levou a adquirir poderes extraordinários. No caso de Deku, um arsenal de individualidades. E All Might, bem, ele agora conta com uma armadura de alta tecnologia.
Parece que a premissa original, tão inspiradora, foi se adaptando à necessidade de um embate cada vez mais grandioso. A “realidade” de um herói sem poderes para enfrentar ameaças de nível apocalíptico foi, talvez, diluída em prol da espetacularidade. É uma concessão narrativa compreensível para um shonen que busca escalar o conflito, mas que nos faz ponderar sobre a essência do ideal inicial. A dúvida persiste: o que significa ser um herói sem poderes quando o destino do mundo depende de super-habilidades e tecnologia avançada?
O Que Nos Espera: O Clímax da Guerra Final
Com a manga de Kohei Horikoshi já finalizada em agosto de 2024 (após uma década e 430 capítulos), sabemos que a oitava temporada terá a hercúlea tarefa de adaptar as últimas partes da saga. Isso inclui o restante do arco da “Guerra Final” (capítulos 399-424), onde veremos o confronto derradeiro entre os heróis e os vilões All For One e Shigaraki, além do aguardado arco do “Epílogo” (capítulos 425-430), que promete dar um fechamento à história de nossos personagens favoritos.
Estima-se que a temporada terá entre 11 e 13 episódios, o que significa que o anime deverá se concluir ainda este ano. Há também uma percepção, já observada pelos leitores do mangá, de que o foco narrativo se expandiu de Deku para seus colegas e para o próprio All Might no arco final. Izuku, de estrela solitária, torna-se uma parte crucial de um esforço coletivo. É um adeus que promete ser dramático, cheio de ação e, esperançosamente, satisfatório para o legado que construiu.
A estreia da oitava temporada de My Hero Academia já conquistou uma impressionante avaliação de 9.1 no IMDb, um testemunho da antecipação e da qualidade inicial apresentada. Os fãs brasileiros, e do mundo todo, estão prontos para se despedir desta aventura. Que os episódios vindouros nos entreguem o final digno de uma das maiores sagas de heróis da nossa geração, com a dose certa de ação, emoção e, quem sabe, algumas reviravoltas que nos farão questionar tudo novamente. Preparem-se, pois o palco está montado para a batalha final!
