A cena se repete em lojas de eletrônicos e plataformas de e-commerce pelo mundo afora: o Nintendo Switch 2 desaparece das prateleiras quase tão rápido quanto é reposto. Enquanto a Nintendo “lamenta” o inconveniente, é inegável que a alta demanda é um testemunho estrondoso do sucesso avassalador de seu novo console. Mas, afinal, o que está por trás dessa escassez e o que a gigante japonesa planeja fazer para resolver o dilema dos jogadores ansiosos?
Um Lançamento Meteórico e Números Que Impressionam
Em seu mais recente relatório financeiro para o primeiro trimestre do ano fiscal de 2026, abrangendo o período de abril a junho de 2025, a Nintendo revelou números que deixam qualquer executivo com um sorriso de orelha a orelha (e talvez uma pontinha de preocupação, claro). O Switch 2 vendeu impressionantes 6 milhões de unidades em apenas sete semanas desde seu lançamento. No mercado norte-americano, o console quebrou recordes, movimentando 3,5 milhões de unidades em meros quatro dias, solidificando seu status como o console doméstico de venda mais rápida de todos os tempos. Que ironia do destino: ser tão bem-sucedido a ponto de não conseguir satisfazer seus próprios fãs.
Essa performance estratosférica levou a empresa a admitir, com um tom de pesar protocolar, que “a demanda pelo Nintendo Switch 2 está excedendo a oferta em muitos países, e lamentamos o inconveniente que isso está causando aos nossos consumidores.” Uma “desculpa” quase paradoxal, não é? Afinal, para uma empresa de tecnologia, vender mais do que se pode produzir é o tipo de problema que muitos sonhariam em ter – um “problema” que a Nintendo provavelmente está brindando nos bastidores, apesar das lamentações públicas.
A Resposta da Nintendo e o Desafio da Produção
Para remediar a situação e, finalmente, colocar um Switch 2 nas mãos de cada ávido consumidor, a Nintendo declarou que seu objetivo é “fortalecer nossos sistemas de produção e suprimento.” Embora a promessa seja clara, a execução pode levar tempo. A memória ainda está fresca com as dificuldades enfrentadas por Sony e Microsoft para suprir a demanda por PS5 e Xbox Series X durante o auge da pandemia de COVID-19. A diferença aqui é que o Switch 2 foi lançado em um cenário pós-pandêmico, sem os mesmos gargalos logísticos globais daquela época. Isso sugere que a demanda é genuína e massiva, e não apenas um reflexo de restrições na cadeia de suprimentos.
Em outras palavras, o mundo simplesmente quer mais Switch 2 do que a Nintendo consegue fabricar atualmente. Um dilema de luxo que, para os consumidores, se traduz em frustração e longas listas de espera.
E a Estratégia de Preços no Meio do Furacão?
Curiosamente, enquanto o Switch 2 voa das prateleiras, a Nintendo também anunciou um aumento de preço para a família original do Switch nos EUA, algo que não afeta o novo modelo nem as assinaturas do Nintendo Switch Online por enquanto. No entanto, alguns acessórios do Switch 2 terão seus preços reajustados. Essa estratégia pode, sutilmente, empurrar os consumidores que ainda estavam indecisos para o novo console, ao mesmo tempo em que a empresa tenta gerenciar a transição de gerações em seu portfólio de produtos.
A saga da escassez do Nintendo Switch 2 é uma faceta fascinante do mercado de tecnologia. Ela ilustra o delicado equilíbrio entre a antecipação massiva, um lançamento estrondoso e a capacidade de entrega. Para os consumidores brasileiros e de outras partes do mundo que ainda buscam o console, a mensagem da Nintendo é de paciência, com a promessa de que os esforços para acelerar a produção estão em andamento. Até lá, a caça ao Switch 2 continua – um jogo à parte para os entusiastas de videogames.