O cenário competitivo de Dota 2 está sempre sob o olhar atento de analistas e personalidades influentes. Recentemente, foi a vez de Alexander “Nix” Levin, streamer russo conhecido por suas opiniões diretas e, por vezes, ácidas, comentar sobre a situação da equipe chinesa Xtreme Gaming.
Em uma transmissão pessoal na Twitch, Nix não poupou críticas ao elenco. Para ele, o principal entrave que impede a Xtreme Gaming de alcançar seu potencial máximo é a gritante falta de um líder em jogo – o que ele metaforicamente chamou de “general”. Alguém que, no calor da partida, seja capaz de tomar decisões estratégicas claras e guiar os demais jogadores, ditando o ritmo e os objetivos.
“A Xtreme precisa de um general para direcionar esses caras”, afirmou Nix. “Alguém que faça as calls, diga: `Ataque isso`, `Compre aquilo`. Eles parecem incapazes de coordenar mais de uma ação por vez. Falta um `cérebro` na equipe.” A ironia, aqui, sublinha a frustração com a aparente inabilidade do time em agir como uma unidade coesa, mesmo com talentos individuais notáveis.
O streamer relembrou a passagem de um jogador pelo elenco que, segundo ele, preenchia essa lacuna de liderança, comparando-o à visão estratégica vista em equipes campeãs de TI, como a lendária Wings Gaming (vencedora do TI6), conhecida por sua execução impecável e calls inesperadas. Com a saída desse jogador, Nix questiona quem assumiu ou poderia assumir essa função vital.
Nomes como Poloson e XinQ foram citados por Nix, não necessariamente como culpados, mas no contexto de sua análise sobre quem *não* parece estar desempenhando o papel de líder estratégico. “Poloson?”, questionou Nix, “Ele não entende nada do jogo, isso é óbvio.” Sobre XinQ, a crítica foi a de ser alguém que “apenas aperta botões em seus heróis”, enquanto Xm também não parece ser a voz decisiva no time. Essa falta de clareza sobre quem lidera, ou se alguém realmente lidera de forma eficaz, é, na visão de Nix, o cerne do problema.
A crítica ganha peso ao considerarmos a recente performance da Xtreme Gaming. A equipe não conseguiu avançar para os playoffs do Riyadh Masters 2025, um torneio de grande prestígio, sendo eliminada na segunda fase após uma derrota de 2 a 0 para a equipe PARIVISION. Um resultado que muitos veem como abaixo das expectativas para um elenco com jogadores de calibre reconhecido.
Com uma ponta de pessimismo, talvez tingido pela experiência, Nix expressou sua descrença em uma mudança rápida ou fácil, pintando um quadro de um ciclo vicioso onde certos jogadores ou equipes parecem presos a um estilo de jogo reativo, dependendo mais da sorte do que de uma estratégia sólida. “Nada mudou”, lamentou ele. “Daqui a dez anos, você vai sintonizar uma transmissão de Dota, e a mesma coisa estará acontecendo – o mesmo [tipo de] jogador estará lá, sem entender o que está acontecendo.”
A análise de Nix, apesar de sua linguagem crua, aponta para um debate fundamental no esports: a importância da liderança e da coesão estratégica. Mesmo com talentos individuais excepcionais, um time de Dota 2 sem um “general” que defina a linha de ação e coordene os movimentos pode parecer um grupo de jogadores habilidosos, mas perdidos no caos da batalha. O desafio para a Xtreme Gaming, segundo essa perspectiva, não é encontrar mais talento bruto, mas sim a mente estratégica que pode transformar esse talento em vitórias consistentes.