No[o]ne Desvenda os Bastidores da Queda da PARIVISION no The International 2025: Orgulho, Frustração e uma Meta Desafiadora

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O The International é o pináculo do Dota 2, o palco onde lendas são forjadas e sonhos desfeitos. Para a equipe PARIVISION, a edição de 2025 marcou uma jornada de altos e baixos, culminando em um honroso terceiro lugar. No entanto, o sabor da vitória definitiva escapou por pouco. Em uma reflexão sincera e sem rodeios, o mid-laner Vladimir `No[o]ne` Minenko abriu o coração sobre a eliminação de sua equipe, revelando os desafios da meta atual e o inabalável espírito de camaradagem que os uniu.

O Abraço Pós-Derrota: Um Time Acima de Tudo

A eliminação da PARIVISION veio após uma batalha intensa contra a Xtreme Gaming, onde a equipe russa sucumbiu por 1 a 2 na final da chave inferior dos playoffs. A imagem dos jogadores se abraçando na cabine após a derrota é um retrato vívido da emoção crua que permeia o esports de alto nível. No[o]ne, ao relembrar o momento, destacou a rápida reação da equipe para apoiar Alan `Satanic` Galliamov, que parecia carregar o peso da derrota em seus ombros.

“Tudo bem, não se preocupe”, foram as palavras de consolo. “Pareceu-me que Satanic se culpava pela derrota, mas dissemos a ele que perdemos como uma equipe.”

Essa atitude, de dividir a responsabilidade e reforçar a união, é um testemunho da maturidade e do companheirismo construídos ao longo da temporada. Em um cenário onde a pressão é imensa e a culpa pode ser um fardo pesado, a PARIVISION demonstrou que o espírito de equipe transcende o placar final.

A Meta em Xeque: Um Jogo “Desagradável”

O sucesso no Dota 2 depende não apenas da habilidade individual, mas também da capacidade de adaptação à meta — o conjunto de estratégias e heróis dominantes em um determinado momento. Para No[o]ne, a meta do The International 2025 não foi das mais inspiradoras. Sua insatisfação era palpável, descrevendo a experiência como “desagradável” e notavelmente diferente do que a equipe praticava durante o ano.

“Neste torneio, no geral, não jogamos como durante o ano todo. É simplesmente a meta. É desagradável jogar, especialmente contra a Xtreme — em cada mapa, quatro abates em 15 minutos, você apenas farma relaxadamente. Para ser honesto, a partida foi mais ou menos”, comentou o jogador.

Essa “calmaria” nos primeiros minutos do jogo, com poucas mortes e um foco excessivo no farm, pode ser monótona para o público e, aparentemente, para os próprios jogadores. A ironia reside no fato de que o maior torneio do ano, com milhões em jogo, pode se transformar em uma “sessão de farming” extensa, tirando parte da emoção e da agressividade que muitos buscam no Dota 2. No[o]ne foi ainda mais específico sobre a frustração em sua última partida:

“Não era sobre nervos, é que você não tira prazer de jogos assim. Joguei de Beastmaster contra Medusa, Puck, e ainda por cima com Centaur Warrunner. Eu simplesmente pensei: `Droga, não quero jogar meu último mapa no The International dessa forma`.”

É uma confissão rara e honesta de um profissional de elite, que expressa o desapontamento de ter seu momento de maior destaque definido por uma composição de equipe e meta que não se alinhavam com seu estilo ou expectativas de um confronto épico.

O The International: O Melhor Momento, Apesar da Derrota

Paradoxalmente, No[o]ne elegeu o The International 2025 como o “melhor momento” da equipe na temporada, mesmo com a eliminação. Essa afirmação sublinha a complexidade do sucesso no esports. Não se trata apenas de erguer o troféu, mas da jornada, do crescimento e da superação de adversidades.

“Acho que este The International. Foi o melhor torneio para nossa equipe. Tenho um orgulho imenso dos meus companheiros de equipe e do trabalho que fizemos antes do TI14 [provavelmente referindo-se à temporada que levou ao TI25]. Tivemos sérios problemas pela primeira vez, foi muito difícil. Pensei que iríamos vencer o The International, mas não aconteceu.”

Essa perspectiva oferece uma visão mais profunda do que significa ser um atleta profissional. As dificuldades enfrentadas nos bastidores, o esforço hercúleo para se preparar e a união forjada na adversidade são, por vezes, mais valiosos do que o próprio resultado final. O sonho da vitória estava lá, tangível, mas o reconhecimento do próprio esforço e do progresso da equipe prevalece.

Um Futuro Promissor

A PARIVISION encerra sua campanha no The International 2025 com um impressionante terceiro lugar e uma premiação de, no mínimo, 239 mil dólares. Embora a frustração de não ter chegado à grande final seja compreensível, o desempenho da equipe é um marco importante em sua trajetória. As palavras de No[o]ne servem como um lembrete de que o esports é, em sua essência, uma narrativa humana de paixão, dedicação, trabalho em equipe e resiliência, onde até mesmo a derrota pode ser um catalisador para o orgulho e o crescimento.

O caminho adiante para a PARIVISION e para No[o]ne certamente será pavimentado com novas metas e desafios. Com a experiência adquirida e a força do seu espírito de equipe, é provável que vejamos essa formação novamente lutando por títulos, armados com a sabedoria das batalhas passadas e a incessante busca pela perfeição no complexo universo do Dota 2.

Uma análise profunda sobre a jornada da PARIVISION no The International 2025, pela perspectiva de No[o]ne.

Gabriel Neves dos Santos

Gabriel Neves dos Santos, 34 anos, é um repórter veterano da cena de eSports em Curitiba. Com background em programação, ele traz uma perspectiva única para suas análises sobre Dota 2 e Valorant. Conhecido por suas investigações aprofundadas sobre contratos e transferências de jogadores profissionais, ele se destaca por revelar histórias exclusivas do cenário.

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