O Baque de Borderlands nas Telas: Randy Pitchford Encontra Consolo (e um Plano) na Discografia dos Beatles

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O universo de Borderlands, conhecido por sua loucura caótica, humor ácido e bilhões de armas nos videogames, tentou uma aventura arriscada nas telonas em 2024. O resultado, para usar um termo técnico, foi um “flop monumental”. Com uma bilheteria pífia de apenas US$ 33 milhões, o filme não conseguiu sequer pagar a conta do café dos produtores, quiçá cobrir o orçamento de produção e marketing. Mas nem tudo está perdido, pelo menos na mente de Randy Pitchford, o carismático (e por vezes excêntrico) chefe da Gearbox, a mente por trás da franquia.

A Realidade Crua do Fracasso Cinematográfico

O filme de Borderlands não foi apenas um insucesso financeiro; sua recepção crítica foi, no mínimo, morna – ou para ser mais direto, gélida. Com um orçamento estimado em colossais US$ 120 milhões para produção, mais dezenas de milhões gastos em marketing, o desempenho nos cinemas foi um golpe doloroso para a Lionsgate, o estúdio responsável.

“Quase tudo que poderia dar errado, deu errado.”

Essa foi a franca admissão do CEO da Lionsgate, Jon Feltheimer, que não poupou palavras ao pintar um quadro sombrio. Ele apontou para uma série de infortúnios: o filme “ficou na prateleira por tempo demais durante a pandemia”, e “refilmagens e o aumento das taxas de juros o tiraram da zona de segurança de nossos modelos financeiros rigorosos habituais”.

É irônico pensar que, mesmo com um elenco de peso, com nomes como Cate Blanchett, Kevin Hart, Jack Black e Jamie Lee Curtis, a adaptação não conseguiu cativar o público. A própria Blanchett, com uma sinceridade quase brutal que beira a piada, admitiu ter aceitado o papel para “sair de casa” durante a pandemia de Covid. Parece que nem a reunião de astros do Olimpo de Hollywood foi capaz de invocar a magia de Pandoriana para a telona.

A Filosofia Beatle de Randy Pitchford: “Continue Fazendo Música”

Contrariando a lógica de “quem queima a largada está fora da corrida”, Randy Pitchford emerge com uma perspectiva surpreendentemente otimista e uma analogia musical que, embora peculiar, faz sentido em sua própria cabeça. Questionado sobre a possibilidade de futuras adaptações transmidiáticas, Pitchford não recua.

“Minha atitude é: se há grandes criadores, artistas, animadores que têm algo a dizer e acham que só podem fazê-lo com Borderlands, e podem demonstrar que podem fazê-lo, quero permitir isso. Nem sempre temos sucesso, mas temos que continuar tentando.”

Sua analogia? Os lendários Beatles. “Adoro os Beatles, e há muitas músicas deles que simplesmente não consigo ouvir. Acho que são inaudíveis. Deveríamos dizer: `Você fez uma música inaudível […], portanto, não faça mais música`? Não é essa a atitude, sabe, continue fazendo música”, declarou Pitchford. É uma defesa apaixonada da persistência criativa, um lembrete de que um projeto menos aclamado não invalida a arte ou a busca por novas expressões. Uma melodia desafinada não significa o fim da sinfonia.

Humildade do Chefe e Olhar para o Futuro

Em um raro momento de autocrítica e bom humor, Pitchford ainda fez questão de esclarecer que sua ausência na cadeira de diretor do filme foi, na verdade, uma bênção. Ele prometeu que o filme teria sido “muito pior” sob seu comando. Uma admissão que, para muitos, pode ser um alívio e um sinal de que ele entende seus próprios limites criativos fora do mundo dos games.

Isso não significa, porém, que a porta esteja fechada para futuras empreitadas cinematográficas. A visão de Pitchford é clara: se a equipe certa, com as ideias certas e no momento certo, aparecer com uma proposta para Borderlands, a Gearbox estará aberta a dar uma nova chance à franquia nas telonas.

Enquanto o Cinema Espera, o Jogo Acelera

Enquanto Hollywood mastiga o gosto amargo do fracasso de Borderlands, o universo dos games da franquia segue firme e forte. Borderlands 4, a próxima iteração aguardada com grande expectativa, tem seu lançamento programado para 12 de setembro para PC, Xbox Series X|S e PS5, chegando ao PS5 em outubro. Ou seja, mesmo que o filme tenha esbarrado em um obstáculo, a base de fãs e o motor criativo da Gearbox para os jogos continuam a todo vapor.

Conclusão: Um Tropeço Não é o Fim do Caminho

O caso de Borderlands no cinema serve como um estudo interessante sobre os desafios de adaptar universos de jogos para a tela grande. É um lembrete de que nem um elenco de estrelas, nem uma franquia estabelecida, garantem o sucesso quando a execução falha. Mas, como bem pontuado por Randy Pitchford, um fracasso pontual, por mais retumbante que seja, não precisa ser o ponto final de uma narrativa.

No fim das contas, a lição dos Beatles, para Randy Pitchford, é clara: a melodia pode desafinar uma vez, mas a orquestra deve continuar a tocar. E, quem sabe, a próxima música de Borderlands para as telonas seja o verdadeiro hit que o público (e a crítica) esperam.

Lucas Meireles

Lucas Meireles, 26 anos, atua como jornalista especializado em eSports no Recife. Focado principalmente na cobertura de Free Fire e Mobile Legends, ele se destaca por suas análises táticas e entrevistas com jogadores emergentes. Começou sua carreira em um blog pessoal e hoje é reconhecido por sua cobertura detalhada de torneios mobile.

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