Em um mundo onde as fronteiras da criatividade nos videogames parecem ilimitadas, Hideo Kojima, o lendário diretor japonês, mais uma vez agita a comunidade. Recentemente, em Riade, o mestre por trás de obras como Metal Gear Solid e Death Stranding, revelou ter um “conceito” para um terceiro jogo da aclamada franquia que nos faz conectar o mundo.
Contudo, antes que os corações dos fãs começassem a bater mais forte com a perspectiva de Sam Porter Bridges em mais uma aventura solitária-coletiva, Kojima adicionou um pequeno, mas significativo, adendo, com uma pitada de sua habitual imprevisibilidade:
“Não estou planejando fazer [Death Stranding 3] no momento. Porque o final de Death Stranding 2 foi o meu final para o 1 e o 2. Mas eu já escrevi o conceito de DS3. Espero que alguém o crie para mim.”
A declaração, feita através de um tradutor, reitera uma posição que o desenvolvedor já havia manifestado em maio, antes mesmo do lançamento de Death Stranding 2: On the Beach. Parece que a sua mente visionária já avançou para novos horizontes, enquanto a semente de um terceiro capítulo da saga de entregas foi cuidadosamente plantada.
Um Paradigma Familiar na Indústria?
Para os veteranos da indústria dos videogames, essa declaração de Kojima não soa totalmente nova. Há um precedente notável: a Naughty Dog, após construir o fenômeno Uncharted com Nathan Drake, expressou uma postura similar. A empresa indicou que não faria um quinto jogo da série, mas estaria aberta à ideia de um estúdio diferente assumir as rédeas da franquia. É uma dança delicada entre a visão original do criador e a longevidade comercial de uma propriedade intelectual de sucesso. Será que Death Stranding seguirá um caminho semelhante?
O Legado de Death Stranding e o Futuro Multidimensional de Kojima
A série Death Stranding, com sua premissa única de reconectar uma América fragmentada e sua jogabilidade de “simulador de entregas”, conquistou tanto a crítica quanto o público, tornando-se um marco cultural e um divisor de águas no cenário dos jogos. Com um filme da franquia já em desenvolvimento pela A24, a ideia de um terceiro jogo é mais do que uma mera especulação; é uma oportunidade de negócio com potencial estrondoso.
A recusa de Kojima em pegar o gamepad para o terceiro capítulo de Death Stranding não é por falta de paixão ou por contemplar a aposentadoria. Longe disso! Aos 62 anos, o diretor tem sua agenda transbordando de projetos ambiciosos. Ele está imerso no desenvolvimento de OD, um enigmático jogo de terror em colaboração com o aclamado diretor Jordan Peele e a Xbox. Além disso, há Physint, um jogo de espionagem que promete redefinir o gênero, feito em parceria com a Sony.
É o tipo de agenda que faria muitos sonharem com uma praia deserta e um bom coquetel. Mas para Kojima, a aposentadoria é uma palavra estrangeira, quase um paradoxo. “Pretendo continuar criando até morrer”, afirmou. Uma declaração que ecoa sua energia incansável e sua busca incessante por inovar e surpreender, independentemente da idade.
Quem Assumirá o Manto (ou o Exoesqueleto) da Entrega?
A grande questão agora paira no ar como a chuva temporal característica do jogo: qual estúdio teria a ousadia, a visão e, mais importante, a bênção de Kojima para dar continuidade à saga de Death Stranding? Seria uma equipe interna da Sony, já familiarizada com o universo? Um estúdio emergente com uma proposta inovadora e fresca? Ou talvez um gigante conhecido da indústria que queira deixar sua marca em um universo tão singular e filosoficamente denso?
Independentemente de quem assuma a tarefa de “entregar” Death Stranding 3, uma coisa é certa: a semente da ideia foi plantada pelo próprio Hideo Kojima. Agora, resta ver quem terá a coragem e a capacidade de cultivar essa semente em algo tão grandioso e memorável quanto seus antecessores. A jornada para reconectar o mundo, aparentemente, ainda tem muitos caminhos a serem explorados, mesmo que o mestre esteja ocupado construindo novas realidades e redefinindo os limites da narrativa interativa.