Imagine a cena: um jogo amado, lançado com pompa para celebrar um ícone dos videogames, é subitamente removido das prateleiras digitais e físicas. Anos depois, ele recebe uma atualização para o mais recente console da empresa, mas… ainda não está à venda. Parece roteiro de um filme de mistério, mas é a realidade que envolve Super Mario 3D All-Stars e o vindouro Nintendo Switch 2. Prepare-se para mais uma das peculiares decisões da Nintendo.
A Atualização Fantasma do Colecionador
Recentemente, a Big N surpreendeu a todos ao liberar uma atualização de software (versão 1.1.3) para Super Mario 3D All-Stars. A novidade seria bem-vinda, não fosse por um pequeno detalhe: a coletânea, que reúne os clássicos Super Mario 64, Super Mario Sunshine e Super Mario Galaxy, foi descontinuada pela própria Nintendo em março de 2021, apenas seis meses após seu lançamento, sob a justificativa de ser uma “edição limitada” para o 35º aniversário do encanador. Pois é, a mesma empresa que vive de nostalgia decidiu tornar alguns de seus próprios clássicos em relíquias intocáveis.
De acordo com o suporte da Nintendo, a atualização visa “resolver vários problemas” e “melhorar a jogabilidade no Nintendo Switch 2“. No entanto, as notas são tão vagas quanto as promessas de um Diretor criativo em uma E3. Já em junho, pouco antes do lançamento do Switch 2, uma atualização similar foi lançada com a mesma falta de especificidade. Parece que a Nintendo gosta de manter seus segredos – ou talvez as melhorias sejam tão sutis que apenas os olhos mais treinados (e pacientes) conseguirão notá-las.
O Que os Fãs Notaram (ou Não Notaram)
Apesar da reticência oficial, a comunidade gamer já pôs as mãos na atualização e, como esperado, as observações começaram a surgir. Relatos indicam que, em modo dock, o jogo ainda opera em 1080p, embora a interface de usuário (UI) possa ter recebido um merecido upscale de resolução. Para a alegria de muitos, e a tristeza de outros, Super Mario 64 e Super Mario Sunshine continuam firmes nos 30 quadros por segundo (fps) pós-atualização. Afinal, quem precisa de fluidez quando se tem a autenticidade de um “clássico” com limitações de hardware dos anos 90 e 2000, não é mesmo?
Esta situação levanta a sobrancelha de qualquer entusiasta: por que a Nintendo se daria ao trabalho de otimizar um título para um novo hardware se o jogo não está mais disponível para ser comprado? Seria um sinal de um relançamento iminente? Ou apenas um capricho técnico para quem já o tem na biblioteca?
40 Anos de Mario: Relançamento ou Mais Enigma?
Com o 40º aniversário de Super Mario Bros. se aproximando em setembro deste ano, a esperança de um relançamento de Super Mario 3D All-Stars (desta vez com a possibilidade de compra permanente) e, quem sabe, a tão pedida inclusão de Super Mario Galaxy 2 na coletânea, cresce entre os fãs. Afinal, seria um gesto de boa vontade da Nintendo para com sua base de jogadores, que por vezes se sente refém de suas estratégias de mercado, no mínimo, curiosas.
A Nintendo, como bem sabemos, é uma empresa com uma reputação de ser tão imprevisível quanto um koopatroopa. Ela pode surpreender com um anúncio bombástico ou, com a mesma facilidade, com um silêncio ensurdecedor. Se os rumores de um novo Nintendo Direct este mês se confirmarem, será o próximo palco onde os olhos da comunidade gamer estarão fixos, buscando qualquer indício sobre o futuro de Mario e, quem não arrisca, se ele finalmente estará disponível para *todos* novamente.
Enquanto isso, restam aos sortudos proprietários de Super Mario 3D All-Stars desfrutar das “melhorias” no Switch 2 e a todos os outros, a esperança de que a Nintendo decida, um dia, compartilhar seus clássicos sem data de validade imposta. A saga do jogo que não se compra, mas recebe atualização, continua.