O aguardado lançamento de Subnautica 2 está sendo ofuscado por uma disputa legal complexa e de alto valor, envolvendo a editora Krafton e os fundadores originais do estúdio Unknown Worlds. O centro da discórdia? Um bônus de performance que atinge a impressionante marca de US$ 250 milhões. O caso ganhou uma nova e intrigante reviravolta que promete agitar as águas do tribunal e, quem sabe, até mesmo a percepção pública sobre a indústria de jogos.
A Súbita Demissão e o Bônus Milionário
Charlie Cleveland, Max McGuire e o CEO Ted Gill, mentes por trás da Unknown Worlds e da aclamada franquia Subnautica, foram abruptamente dispensados de seus cargos. Em resposta, eles moveram uma ação judicial contra a Krafton, alegando que a editora estaria, de forma deliberada, tentando se esquivar do pagamento do generoso bônus de performance que lhes era devido. O bônus, colossal em sua magnitude, vinculava-se ao sucesso financeiro de Subnautica 2.
A Reviravolta “Desconcertante” da Krafton
Inicialmente, a Krafton justificou as demissões com uma acusação peculiar: os fundadores teriam a intenção de lançar Subnautica 2 em acesso antecipado ainda este ano, mesmo que o jogo não estivesse pronto, tudo para garantir o pagamento de seus bônus. Uma estratégia que, se verdadeira, seria no mínimo… interessante para os negócios.
No entanto, o barco da editora começou a fazer água. Durante a fase de descoberta do processo, os advogados dos fundadores, da Fortis Advisors, solicitaram provas concretas dessa alegação. E, para a surpresa de ninguém que acompanha disputas judiciais de perto, a Krafton simplesmente não conseguiu apresentar nada que a sustentasse. O resultado? A editora retirou silenciosamente essa parte crucial de sua defesa. A Fortis classificou a mudança como um “deslocamento sísmico no caso” e, com uma pitada de subestimação, a caracterizou como “um pouco desconcertante”.
“Retirar uma acusação tão central, especialmente uma que justifica a demissão de fundadores de um estúdio, sem apresentar provas, é como confessar que o cachorro comeu o dever de casa — só que o dever valia US$ 250 milhões.”
Novas Acusações, Velhas Táticas?
Apesar do revés, a Krafton não jogou a toalha. A editora ainda sustenta que os fundadores negligenciaram suas responsabilidades no desenvolvimento de Subnautica 2 e os acusa de baixar arquivos e reter dispositivos que continham informações confidenciais. O detalhe irônico? Essa acusação só veio à tona depois que a equipe de liderança foi removida. A Krafton, com uma audácia digna de nota, argumenta que esse “novo” achado justifica retroativamente suas demissões.
Enquanto isso, a Fortis Advisors contra-ataca, acusando a Krafton de não cooperar adequadamente na fase de descoberta, ignorando pedidos de conferência e compartilhamento de informações pertinentes ao caso. A batalha legal, pelo visto, está longe de ser um mar calmo.
O Impacto na Opinião Pública e o Futuro do Bônus
Enquanto o processo pode se arrastar por anos nos tribunais, a “corte da opinião pública” já está em sessão. Fãs de Subnautica, ao tomarem conhecimento da controvérsia, chegaram a clamar por um boicote a Subnautica 2. A repercussão não foi ignorada. A Bloomberg noticiou que a Krafton estendeu o período do bônus para a atual equipe da Unknown Worlds até o próximo ano, oferecendo a esses cerca de 40 funcionários uma chance de ganhar US$ 25 milhões. É um valor significativo para a equipe remanescente, mas uma sombra do bônus total de US$ 250 milhões que teria sido destinado à antiga liderança.
Este movimento da Krafton, embora pareça uma tentativa de apaziguar a equipe e a opinião pública, levanta questões sobre a dinâmica de poder entre editoras e estúdios, e até que ponto a pressão externa pode influenciar decisões corporativas de alto escalão.
Subnautica 2: No Horizonte, Apesar das Turbulências
Em meio a toda essa efervescência legal, a promessa de Subnautica 2 permanece. O jogo é esperado para chegar em acesso antecipado em 2026, com versões para PC e Xbox Series X|S. Resta saber se, até lá, as águas em torno de seu desenvolvimento estarão mais calmas ou se o “submarino do contencioso” ainda estará explorando as profundezas dos tribunais.
A saga de Subnautica 2 não é apenas sobre um jogo, mas sobre a complexa teia de contratos, expectativas e, por vezes, a dura realidade do capitalismo no universo dos games. E, como qualquer boa história de mistério, a verdade por trás dessas demissões e o destino dos US$ 250 milhões ainda estão à espera de serem revelados.