A Square Enix, gigante da indústria de jogos, novamente se vê no centro de uma discussão acalorada. Desta vez, o motivo é a política de “zero upgrade” para Octopath Traveler 0, seu aguardado RPG, na transição do Nintendo Switch para o iminente Switch 2. A decisão obriga os jogadores a recomprarem o título caso desejem a versão otimizada para o novo console, gerando frustração e questionamentos sobre a coerência da empresa.
Um “Zero” que Pesa no Bolso dos Fãs
Ao que parece, o numeral “0” no título de Octopath Traveler 0 não se refere apenas a uma prequel narrativa, mas também à quantidade de opções de upgrade para a próxima geração. A Square Enix confirmou, para a surpresa de poucos e a irritação de muitos, que não haverá qualquer caminho para a atualização da versão de Switch para a de Switch 2. Em termos mais claros: se você comprar o jogo para o Switch original e depois adquirir o Switch 2, terá que desembolsar o valor integral novamente para ter a versão aprimorada.
A editora detalhou que tanto as edições físicas quanto digitais de Octopath Traveler 0 para o Switch 2 serão exclusivas do novo sistema, o que é um padrão da indústria. O ponto de discórdia surge com a recusa em oferecer qualquer tipo de upgrade, seja ele gratuito ou pago. Os jogadores são, portanto, forçados a escolher “agora ou nunca” qual versão desejam adquirir, sem a flexibilidade que muitos outros títulos e desenvolvedoras oferecem.
Contradições e o Preço da Inconsistência
A situação de Octopath Traveler 0 torna-se ainda mais peculiar quando comparada às próprias práticas recentes da Square Enix. Por exemplo, o vindouro remake de Final Fantasy Tactics, também da mesma editora, terá suporte a upgrades gratuitos entre as versões de Switch e Switch 2. Essa disparidade levanta uma sobrancelha coletiva na comunidade gamer: por que um jogo sim e outro não? O que justifica essa política de “dois pesos, duas medidas”?
Não é uma questão isolada. Diversos outros desenvolvedores têm oferecido opções de upgrade gratuitas ou a custos simbólicos para a transição entre gerações de consoles. A postura da Square Enix com Octopath Traveler 0, portanto, destoa do panorama geral, adicionando uma camada de curiosidade – ou, para ser mais direto, de estranhamento – à sua estratégia de lançamento.
O Enigma dos “Game-Key Cards” e a Preservação Digital
Para agravar a insatisfação, a versão de Switch 2 de Octopath Traveler 0 será distribuída via “Game-Key cards”, conforme revelado pela arte da caixa do jogo. Esqueça os cartuchos tradicionais que armazenam todos os arquivos do jogo; esses novos “cartões” são, na verdade, apenas códigos para download digital. Para os entusiastas da preservação de jogos e colecionadores que buscam mídias físicas completas e independentes, essa mudança é um golpe.
A ironia aqui é palpável: os jogadores são levados a um beco sem saída. Ou optam pela versão tecnicamente “inferior” de Switch, mas que ao menos vem em um cartucho físico tradicional, ou escolhem a versão aprimorada de Switch 2, que, na prática, é quase uma compra digital mascarada de física. A reação nas redes sociais, especialmente nas respostas às postagens da Square Enix, deixa claro o descontentamento com ambas as opções.
Um Futuro Incerto para o Consumidor
Em um mercado onde a conveniência e o valor agregado são cada vez mais importantes, a decisão da Square Enix de não oferecer um caminho de upgrade para Octopath Traveler 0, combinado com a adoção dos “Game-Key cards” para a versão de Switch 2, cria um precedente preocupante. Os fãs se sentem desrespeitados e, de certa forma, “duplamente penalizados” por sua lealdade à franquia e ao ecossistema Nintendo.
Octopath Traveler 0 está programado para ser lançado em 4 de dezembro de 2025 para Nintendo Switch, Switch 2, PS5, PS4, Xbox Series X|S e PC. Resta saber se essa estratégia “zero upgrade, zero cartucho físico” será um divisor de águas ou apenas mais um capítulo na complexa relação entre publishers e jogadores.
Este artigo foi elaborado com base em informações divulgadas pela Square Enix e análises da comunidade de jogos. As opiniões expressas buscam refletir a percepção geral sobre o tema, sem intenção de endossar ou condenar diretamente as práticas comerciais mencionadas.