Paper Mario: The Origami King – Cinco Anos de Dobras e Descobertas: O Jogo Que Quase Curou a ‘Crise de Identidade’ do Encanador de Papel

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Celebramos hoje, 17 de julho de 2025, o quinto aniversário de Paper Mario: The Origami King. Lançado para o Nintendo Switch, este título marcou um ponto de virada crucial na saga do nosso bigodudo favorito em sua forma bidimensional, buscando resgatar o brilho e a essência que definiram seus primeiros e aclamados capítulos. Mas, afinal, como um jogo sobre personagens de papel lidou com uma crise de identidade tão… sólida?

As Raízes de Papel: Onde Tudo Começou

As primeiras incursões de Mario no mundo do papel, com Paper Mario (Nintendo 64) e seu sucessor, The Thousand-Year Door (GameCube), são amplamente consideradas obras-primas do RPG. Eles cativaram jogadores com seus mundos de contos de fadas cheios de imaginação, um humor irreverente e, acima de tudo, uma profundidade de RPG que permitia que Mario e seus companheiros de equipe brilhassem em batalhas por turnos e em uma narrativa envolvente. Eram tempos de glória, onde cada virada de página revelava uma nova aventura.

A Dobra Inesperada: A Crise de Identidade da Série

A partir de Super Paper Mario (Wii), a série começou uma guinada notável. Originalmente pensado para o GameCube, este jogo transformou Paper Mario de um RPG com elementos de plataforma em um plataforma com elementos leves de RPG. Embora divertido por si só, e mantendo o humor peculiar da série, essa mudança de foco indicava um futuro incerto. As batalhas por turnos deram lugar a um combate mais direto, e o sistema de progressão foi simplificado. Foi o primeiro sinal de que a “identidade” de Paper Mario estava sendo questionada.

A situação se intensificou com Paper Mario: Sticker Star (3DS). Este capítulo, para a frustração de muitos fãs, removeu completamente os companheiros de equipe e substituiu elementos clássicos de RPG, como moedas e pontos de experiência, por um sistema de adesivos consumíveis. A exploração de um mundo interconectado foi trocada por “níveis” fragmentados, fazendo com que o universo de papel parecesse menos convidativo. Foi uma tentativa, talvez um pouco excessiva, de “desconstruir” o RPG, que acabou por desconstruir mais a paciência dos fãs. Embora Paper Mario: Color Splash (Wii U) tenha refinado algumas dessas ideias, ele manteve a estrutura de níveis e a dependência de recursos no combate, consolidando a percepção de que Paper Mario havia se afastado permanentemente de suas origens gloriosas.

Origami King: A Redenção Delineada

Foi nesse cenário de apreensão que Paper Mario: The Origami King surgiu. O anúncio foi recebido com uma mistura de esperança e ceticismo. Seria mais um desvio ou um retorno à forma? Felizmente, o jogo encontrou um meio-termo notável, canalizando o espírito dos primeiros títulos sem abandonar completamente a direção de ação-aventura de seus antecessores imediatos. E, de fato, o jogo trouxe de volta muito do que os fãs sentiam falta:

  • Um Mundo Vasto e Conectado: Origami King abandonou a estrutura baseada em níveis de Sticker Star e Color Splash em favor de um cenário grande e interconectado, muito mais próximo em escala e imaginação aos dois primeiros jogos. De montanhas de outono com folhagem vibrante a cidades opulentas no deserto, cada área era rica em detalhes e habitada por personagens hilários, conferindo um senso de lugar autêntico.
  • O Retorno dos Companheiros: Mario não estava mais sozinho! O jogo introduziu um elenco rotativo de parceiros. Embora talvez não tão integral quanto os companheiros dos títulos originais, personagens como a adorável Olivia, uma sprite de origami com um papel crucial no combate e na trama, trouxeram cor e um toque sincero à história. Até mesmo o infame Bowser, dobrado de forma cômica, se junta à equipe em um momento. Mas o destaque, sem dúvida, vai para Bobby, uma Bob-omb amnésica cuja jornada emocional e sacrifício inesperado se tornaram um dos momentos mais impactantes e discutidos da série. É irônico que um personagem tão “simples” de papel pudesse evocar tanta emoção.
  • Um Sistema de Batalha Inovador: Longe da gestão de recursos de seus predecessores, The Origami King introduziu um sistema de painéis deslizantes, onde os jogadores precisam girar seções da arena de batalha em um tempo limite para alinhar os inimigos e maximizar o dano. Cada encontro se transformou em um “micro-quebra-cabeça” de raciocínio rápido, tornando-o o sistema de batalha mais emocionante da série desde os originais por turnos.

Curiosidade: A inclusão de um arco dramático tão profundo para um personagem como Bobby, uma simples Bob-omb, é um testemunho da capacidade da Nintendo de infundir emoção e significado em universos aparentemente leves. Quem diria que pedaços de papel poderiam nos fazer chorar?

Embora certos aspectos de The Origami King ainda não alcancem a perfeição de seus ancestrais (a “crise de identidade” não foi 100% curada, afinal), o jogo foi, sem sombra de dúvidas, o passo mais significativo na direção certa em mais de uma década. Ele reacendeu a chama da exploração, do humor e da interatividade de personagens que os fãs tanto amavam. Com o lançamento do remake de The Thousand-Year Door no Switch em 2024, o futuro de Paper Mario parece mais promissor do que nunca. É como se, depois de várias tentativas de se reinventar, o Mario de papel finalmente tivesse encontrado um bom terapeuta.

Lucas Meireles

Lucas Meireles, 26 anos, atua como jornalista especializado em eSports no Recife. Focado principalmente na cobertura de Free Fire e Mobile Legends, ele se destaca por suas análises táticas e entrevistas com jogadores emergentes. Começou sua carreira em um blog pessoal e hoje é reconhecido por sua cobertura detalhada de torneios mobile.

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