No universo dos esports, onde a competição é acirrada e a glória é efêmera, alcançar o pódio em um torneio de calibre como o The International de Dota 2 seria, para a maioria, motivo de celebração. Contudo, para o mid-laner da PARIVISION, Vladimir “No[o]ne” Minenko, o bronze no TI14 em 2025 foi pouco mais do que um prêmio de consolação que mal consegue disfarçar o amargor da derrota.
A Mentalidade de um Campeão Insatisfeito
Em uma declaração que ecoou a ambição crua dos atletas de elite, No[o]ne deixou claro que, para ele, o terceiro lugar é, na prática, tão relevante quanto a décima segunda posição. “Para mim, se não é top-1, é um torneio perdido”, afirmou, jogando por terra a ideia de que o “quase lá” deve ser comemorado. Ele, com uma sinceridade quase brutal, expressou desinteresse pelo bronze, indicando que o valor monetário associado a essa colocação já não tem o mesmo peso de outrora no cenário competitivo.
“Me importo com o top-3 em geral? Não. Para mim, top-3 ou top-2 é tudo igual, é como se fosse top-12. Apenas uma posição mais alta. Dinheiro, de qualquer forma, não tem mais. Antes, o top-3 parecia valioso. Se não é top-1, é um torneio perdido.”
Esta perspectiva, embora possa soar arrogante para alguns, reflete a mentalidade implacável de quem dedicou anos ao ápice do esporte. É a busca incessante pela perfeição, onde qualquer resultado aquém do ouro é uma falha, um lembrete de que há sempre um degrau a mais a ser conquistado.
The International 2025: O Palco dos Sonhos Incompletos
O The International 2025 (TI14), realizado entre 4 e 14 de setembro em Hamburgo, Alemanha, reuniu as 16 melhores equipes de Dota 2 do mundo em uma disputa por uma premiação superior a 2,8 milhões de dólares. A PARIVISION, com No[o]ne em sua linha de frente, trilhou um caminho desafiador até o terceiro lugar, sendo eventualmente superada pela Xtreme Gaming por 2 a 1 na chave inferior.
Para um torneio dessa magnitude, onde a pressão e as expectativas são estratosféricas, um terceiro lugar é, objetivamente, um feito notável. É a melhor performance de No[o]ne em todas as suas participações no TI, um marco pessoal que, ironicamente, ele mesmo desvaloriza. Sua visão de que o resultado foi “apenas uma vitória em um Bo3 na chave superior” e “não significa nada” é um testemunho da sua própria régua de sucesso, que está calibrada exclusivamente para o primeiro lugar.
A Persistência de um Vencedor Nato
Apesar da decepção com a medalha de bronze, No[o]ne já declarou que não tem planos de encerrar sua carreira profissional no próximo ano. Essa decisão reforça a ideia de que sua frustração não é desmotivação, mas sim combustível para buscar o que ele realmente almeja: o Aegis dos Campeões. Sua jornada continua, impulsionada por uma insatisfação que, paradoxalmente, é a verdadeira marca de um campeão.
No final das contas, as palavras de No[o]ne nos fazem refletir sobre o que realmente significa a vitória. Para alguns, é a superação pessoal; para outros, o reconhecimento e a glória. Para um seleto grupo de atletas como No[o]ne, a vitória é singular e absoluta: é o primeiro lugar, e ponto final. Tudo o mais é um lembrete do que ainda está por vir, um estímulo para continuar lutando até que o ouro seja, finalmente, o seu brilho.