Imagine um mundo onde Pikachu, o adorável ícone amarelo de Pokémon, não fosse o roedor elétrico que conhecemos e amamos. E se, em vez disso, ele fosse um… gato rajado com “seios gigantes”? Essa não é uma fantasia de fã desvairado, mas sim uma proposta real que a Nintendo of America (NoA) fez nos primórdios da franquia, uma revelação que veio à tona recentemente através de uma entrevista desenterrada com ninguém menos que Tsunekazu Ishihara, o atual presidente e CEO da The Pokémon Company.
A `Fofura Excessiva` e a Visão Ocidental
A história remonta à época do lançamento de Pokémon Gold e Silver, quando o fenômeno japonês se preparava para conquistar o ocidente. Ishihara-san contou que, ao apresentar os designs originais de Pokémon à equipe de localização da Nintendo of America, a resposta foi, no mínimo, surpreendente. Eles consideraram os monstrinhos “demasiado fofos”. Uma declaração que, para muitos fãs de carteirinha, soa quase como uma heresia, afinal, a fofura é um pilar da franquia.
Diante dessa percepção de “fofura excessiva”, a NoA decidiu que era hora de dar um toque ocidental à coisa. E que toque! As ilustrações alternativas propostas pelos americanos eram, segundo Ishihara, tão peculiares que ele jurou “nunca as mostrar a ninguém enquanto viver”. Uma promessa que, para os curiosos de plantão, deixa uma curiosidade quase insuportável.
Quando Pokémon Quase Virou `Cats: O Musical`
A descrição das propostas da NoA é de tirar o fôlego. Ishihara detalhou que os designs “pareciam personagens do musical Cats”. Sim, você leu certo. Aquele musical onde humanos se vestem de gatos de forma… bastante peculiar. É quase como se, em vez de capturar criaturas fantásticas, os jogadores tivessem que conviver com um elenco de um espetáculo da Broadway.
E o nosso querido Pikachu? Ele foi alvo de uma transformação radical. De acordo com o CEO, Pikachu foi “transformado em um personagem com a forma de um gato rajado com seios gigantes”. Para evitar qualquer dúvida ou confusão sobre a imagem mental, Ishihara confirmou que se assemelhava a “quando mulheres se vestem de Pikachu em convenções de anime”. Um detalhe que, certamente, adiciona uma camada extra de… especificidade e um toque de ironia ao cenário.
“Eles realmente nos apresentaram esse tipo de design. Achei interessante, no sentido de apreciar tais diferenças culturais. No entanto, eu não queria competir no mercado [internacional] com esse tipo de coisa.”
Apesar da “apreciação” pelas diferenças culturais — ou talvez um reconhecimento diplomático de que ideias bizarras podem surgir em qualquer lugar —, a decisão de Ishihara foi categórica: ele não queria que Pokémon seguisse por esse caminho no mercado internacional. E, felizmente para a legião de fãs, sua visão prevaleceu, preservando a essência que tornaria a série um fenômeno global.
O Caminho Escolhido e o Sucesso Global
O resultado da firmeza de Ishihara é a franquia que conhecemos hoje. Pokémon foi lançado no ocidente com poucas alterações em relação à sua versão original japonesa, mantendo a estética que o tornaria um colosso multimídia. É seguro presumir que o panorama seria drasticamente diferente se os Pokémon tivessem se tornado criaturas antropomórficas com características físicas… bem, mais “maduras”. Afinal, essa já era a “praia” de outras franquias concorrentes, como Digimon, que explorava um design mais maduro e, por vezes, mais humanizado para seus monstros.
Afinal, é difícil imaginar Ash Ketchum e seus amigos embarcando em aventuras com um time de “felinos mamários” ou criaturas saídas diretamente de um espetáculo da Broadway. O charme de Pokémon reside, em grande parte, na sua simplicidade, na fofura intrínseca de seus designs e na sua capacidade de apelar a um público amplo, sem apelar para sensacionalismos visuais. A história de Pikachu com seios é um lembrete irônico de como pequenas decisões nos bastidores podem moldar o destino de gigantes da cultura pop, e como, às vezes, a recusa em seguir certas “tendências” é o maior golpe de mestre.