Desde seu anúncio inicial, Pragmata da Capcom tem sido um enigma para a comunidade gamer. Com uma estética de ficção científica cativante e trailers que provocam mais perguntas do que respostas, a expectativa em torno do título é palpável. No entanto, sua jornada de desenvolvimento tem sido um tanto quanto… extensa, para dizer o mínimo. Agora, finalmente, a Capcom abriu o jogo e revelou o cerne dos desafios que levaram aos seus adiamentos, e a verdade é, como esperado de um projeto ambicioso, mais complexa do que se imaginava.
O produtor do jogo, Naoto Oyama, foi quem desvendou o mistério em uma recente conversa com desenvolvedores. A principal razão para a maratona de desenvolvimento de Pragmata não reside em um simples percalço, mas sim na intrincada dança para integrar um elemento de gameplay que a equipe considera fundamental: os quebra-cabeças baseados em “hacking”. Não se trata de um hacking genérico, mas de uma mecânica distintiva que se entrelaça profundamente com o combate e a narrativa do jogo.
Aparentemente, a Capcom não estava disposta a entregar um sistema de hacking “qualquer”. A busca por uma implementação que fosse verdadeiramente inovadora e fluida exigiu uma quantidade monumental de experimentação e prototipagem. Oyama explicou que a chave de tudo residia na harmonização de dois pilares centrais da jogabilidade: as habilidades de hacking da personagem Diana e a proficiência em tiro de Hugo. Imagine a engenharia necessária para fazer essas duas forças opostas, mas complementares, coexistirem em harmonia, tanto em termos de jogabilidade quanto de representação visual na tela.
O desafio não era apenas fazer as mecânicas funcionarem isoladamente, mas sim fazer com que se complementassem de forma orgânica, especialmente durante os combates. Equilibrar a profundidade dos quebra-cabeças de hacking com a intensidade da ação de tiro, garantindo que nenhum dos elementos ofuscasse o outro, revelou-se uma tarefa hercúlea. Oyama confessou que esta calibração meticulosa consumiu significativamente mais tempo do que o previsto inicialmente, impactando diretamente o cronograma de desenvolvimento. Além disso, a distribuição do espaço visual na tela para que ambas as possibilidades fossem apresentadas de maneira clara e envolvente durante as sequências de batalha adicionou outra camada de complexidade técnica.
Curiosamente, os desenvolvedores também refletiram sobre a estratégia de anunciar o jogo de forma tão precoce, há seis anos. O que poderia parecer um tiro no pé para muitos projetos, para Pragmata, funcionou como um catalisador. O primeiro trailer, embora enigmático, serviu como uma poderosa força motivadora para a equipe, ajudando a manter o foco e a direção do desenvolvimento. Essa exposição contínua em diversas apresentações digitais também garantiu que o jogo permanecesse no radar da audiência, fomentando uma comunidade de fãs curiosos e pacientes.
Com a promessa de um lançamento em 2026 para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X/S, a longa espera por Pragmata parece estar chegando ao seu capítulo final. Os recentes vislumbres, como o trailer de gameplay que detalhou o hub do título, sugerem que a paciência dos jogadores será recompensada com uma experiência cuidadosamente polida e tecnicamente ambiciosa. A ironia de um jogo sobre “hacking” ter seu próprio desenvolvimento “hackeado” por complexidades técnicas não passa despercebida, mas o resultado final, se as promessas forem cumpridas, pode ser um título que realmente inova.