Após o sucesso inesperado de “Tales of Kenzera: Zau”, um jogo que conquistou corações em um gênero distinto, a Surgent Studios decidiu que o conforto é para os fracos. O estúdio agora se lança de cabeça em um território completamente diferente: o terror psicológico. O alvo da vez é “Dead Take”, um projeto ambicioso que promete mergulhar os jogadores nas profundezas sombrias de uma mansão em Hollywood, usando filmagens live-action para contar sua história perturbadora sobre o lado B da fama.
Transformar uma experiência de plataforma narrativa em um jogo de terror live-action onde você “edita” a realidade é, sem dúvida, um salto mortal sem rede. É uma empreitada de tirar o fôlego, ou talvez de cortá-lo na jugular, dependendo do quão assustador será. Mas, para acalmar os ânimos (ou talvez agitá-los ainda mais), um primeiro vislumbre dos talentos escalados para os papéis principais já começa a construir uma fundação sólida de confiança – e inquietude.
Estrelas de Peso Entram em Cena
Tivemos acesso a trechos exclusivos das atuações dos atores que liderarão o elenco live-action: Ben Starr, conhecido por seu trabalho em “Final Fantasy XVI” e “Clair Obscur: Expedition 33”, e Neil Newbon, aclamado por suas performances em “Baldur`s Gate 3” (sim, ele mesmo, o Astarion!) e “Detroit: Become Human”. A simples menção desses nomes já eleva as expectativas, especialmente considerando a capacidade visceral que ambos demonstram em dar vida a personagens complexos.
Os clipes revelados são apresentados como “fitas de audição” para o jogo. Começam de forma aparentemente inocente, com os personagens se apresentando com uma dose palpável de nervosismo. É aqui que a magia (negra) acontece: essa fachada de normalidade é brutalmente rompida por elementos sobrenaturais que invadem a cena de forma chocante. Para qualquer fã que, assim como eu, ainda está preso no loop viciante de “Baldur`s Gate 3” e tem a voz suave e charmosa de Astarion ecoando na mente, ouvir Neil Newbon adotando um sotaque americano profundo para “Dead Take” é um choque e tanto – mas, convenhamos, o verdadeiro soco no estômago vem com a perturbação visual que encerra cada clipe.
“Dead Take” não é apenas sobre sustos baratos. A premissa de explorar o lado sombrio de Hollywood e a natureza corrosiva da fama, costurando pedaços de “realidade” (as filmagens live-action), oferece um terreno fértil para um terror psicológico genuinamente inteligente. A escolha de atores com o calibre de Starr e Newbon sugere que a Surgent Studios leva a sério a profundidade narrativa e a construção de personagens, essenciais para um bom jogo do gênero.
É uma guinada ousada, sem dúvida. Sair de um platformer aclamado para um jogo de terror live-action baseado em manipulação de filmagens é um risco. Mas, se as performances iniciais de Ben Starr e Neil Newbon são um indicativo, “Dead Take” tem o potencial de ser uma experiência única e profundamente inquietante, daquelas que ficam na sua cabeça bem depois de você desligar o console. Resta aguardar por mais detalhes dessa promissora, e perturbadora, incursão da Surgent Studios no submundo da fama.