No efervescente universo dos esports, onde a habilidade muitas vezes se mede em frames por segundo e decisões milimétricas, há algo que transcende as estatísticas: a popularidade. Recentemente, dois nomes que ressoam com a comunidade de Dota 2, os ex-jogadores profissionais Max “qojqva” Broecker e Ludwig “zai” Wåhlberg, trouxeram à tona uma discussão que promete alimentar debates por meses. Em um vídeo divulgado no canal da Team Liquid no YouTube, a dupla se aventurou a criar uma tier list dos jogadores profissionais mais populares da história do Dota 2. E, como se pode imaginar, o resultado é um caldeirão de opiniões, surpresas e talvez algumas omissões estratégicas que nos deixam com a pulga atrás da orelha.
O Olimpo do Tier S: Quem Brilha Mais Forte?
A espinha dorsal de qualquer classificação é o seu escalão de elite, o “Tier S”, onde residem aqueles cujos nomes são sinônimo de excelência e, acima de tudo, uma base de fãs fervorosa. Qojqva e zai não economizaram na seleção, coroando um quinteto de talentos que, de fato, deixaram marcas indeléveis na história do Dota 2. São eles:
- Illya “Yatoro” Mulyarchuk: O jovem prodígio ucraniano, cujo nome se tornou um mantra de vitórias em grandes palcos. Yatoro não é apenas um carry excepcional; ele é a personificação da nova guarda que domina o cenário, com uma frieza e precisão que impressionam.
- Topias “Topson” Taavitsainen: O “rei das surpresas”, o finlandês que jogou o livro de regras pela janela e reescreveu o que era possível no mid lane. Topson, com seus heróis peculiares e estilo de jogo que desafia a lógica, conquistou corações (e mentes) com sua genialidade imprevisível e um sorriso enigmático.
- Amer “Miracle-” Al-Barkawi: Um nome que dispensa apresentações. O jogador jordaniano é, para muitos, a definição de perfeição mecânica. Miracle- não só alcançou o topo, como também o fez com uma elegância e um nível de jogo que o tornaram um favorito universal, quase uma entidade mística do Dota.
- Michał “Nisha” Jankowski: O polonês discreto, mas absurdamente talentoso. Nisha é a prova de que a consistência e a inteligência tática podem ser tão cativantes quanto jogadas espetaculares. Sua habilidade de carregar equipes e ditar o ritmo do jogo o transformou em um pilar de respeito e admiração.
- Neta “33” Shapira: O israelense que elevou o offlane a uma nova forma de arte. Com um arsenal de heróis únicos e uma visão de jogo estratégica sem igual, 33 provou que a inovação e o pensamento fora da caixa podem render não só títulos, mas também uma legião de admiradores.
Esta é, sem dúvida, uma lista poderosa. Mas a popularidade, meus amigos, é uma fera multifacetada, e nem sempre se limita àqueles que ostentam os anéis de campeões mais brilhantes.
A Fama Além dos Títulos: Ícones da Comunidade
Qojqva e zai, com a perspicácia de quem já viveu as glórias e os dissabores do profissionalismo, também reservaram um espaço para aqueles jogadores cuja popularidade talvez não se traduza apenas em Tier S de habilidade atual, mas sim em um Tier S de carisma, legado ou, digamos, uma presença inesquecível na mente dos fãs. São figuras que, mesmo com trajetórias diversas, mantêm um lugar cativo no coração da comunidade:
- Quinn “Quinn” Callahan: O americano vocal, direto e, por vezes, controverso. Quinn é a personificação do “ame-o ou odeie-o”, mas uma coisa é inegável: ele gera burburinho. Sua personalidade forte e suas streams vibrantes o tornam uma figura impossível de ignorar no cenário.
- Anton “dyrachyo” Shkredov: Um dos rostos mais recentes a ascender à popularidade. O russo dyrachyo, com seu estilo de jogo agressivo e uma confiança que beira a insolência (no bom sentido!), rapidamente conquistou uma base de fãs ávida por suas performances e memes.
- Danil “Dendi” Ishutin: Ah, Dendi! O campeão do primeiro The International, o sorriso do Dota 2. Dendi transcende o rótulo de “jogador”; ele é um ícone cultural, um embaixador do jogo. Sua popularidade atravessa gerações, e mesmo que os títulos não venham com a mesma frequência, sua presença é um espetáculo à parte. Uma lenda viva, um poço de carisma.
- Danil “gpk~” Skutin: Outro talento russo que, apesar de ainda buscar o grande troféu do TI, já acumula um respeito imenso por sua mecânica afiadíssima e sua capacidade de dominar a mid lane. gpk~ é o jogador que faz você parar para assistir, esperando a jogada genial.
- Alan “Satanic” Galliamov: Uma escolha que mostra a profundidade da popularidade. Embora não seja tão globalmente reconhecido quanto outros, Satanic ressoa fortemente em certos círculos, provando que a fama tem muitos matizes e não se limita apenas aos holofotes internacionais.
Essa segunda lista nos lembra que a popularidade no Dota 2 é um tecido complexo, tecido com fios de habilidade pura, mas também de personalidade, longevidade, entretenimento e, por vezes, até mesmo de uma dose saudável de controvérsia. Não é apenas sobre quem ganha, mas sobre quem cativa.
A Essência da Discussão: Mais que um Jogo, uma Cultura
No final das contas, a tier list de qojqva e zai é muito mais do que uma simples ordenação de nomes. É um espelho que reflete o que valorizamos em nossos heróis dos esports: a maestria, sim, mas também a personalidade, o legado, a capacidade de inspirar e, claro, de entreter. É um convite para o debate, uma faísca para discussões acaloradas entre amigos e comunidades online sobre quem realmente merece o título de “mais popular”.
E é justamente essa paixão, essa constante análise e reavaliação dos seus ícones, que mantém o Dota 2 vivo, vibrante e eternamente fascinante. Afinal, onde há lendas, haverá sempre quem queira classificá-las. E qojqva e zai, com sua audácia, apenas nos deram mais um motivo para mergulhar de cabeça nessa discussão.
Escrito com a curiosidade de um fã e o rigor de um observador atento.