O Riyadh Masters 2025, uma das joias da coroa do Esports World Cup 2025 e com um impressionante prêmio de $3 milhões, promete ser um espetáculo de Dota 2 de tirar o fôlego. Realizado em Riade, Arábia Saudita, de 8 a 19 de julho, o torneio atrai os melhores talentos globais, prontos para lutar pela glória e fortuna. Contudo, nem tudo são flores e pixels de alta definição. Uma questão inesperada e, para muitos, irritante, veio à tona, lançando uma sombra sobre o brilho do evento: a configuração do palco.
A Voz do Descontentamento: Korb3n da Team Spirit
Dmitry “Korb3n” Belov, o astuto gerente da Team Spirit, uma das equipes mais respeitadas no cenário de Dota 2, não hesitou em expressar sua insatisfação publicamente. Em uma postagem em seu canal no Telegram, Korb3n apontou o dedo para um detalhe que pode parecer trivial para o espectador casual, mas que ressoa profundamente com os profissionais: a proximidade excessiva das mesas dos jogadores no palco dos playoffs.
Na verdade, mesas muito próximas umas das outras são uma decisão muito ruim. 90% das equipes dos playoffs estavam insatisfeitas com isso e até organizaram uma conferência de gerentes no Discord (eu também estava nela) à qual, infelizmente, ninguém se importou 🤣
Quando o Espetáculo Ignora o Conforto
A crítica de Korb3n vai além de uma mera preferência pessoal. A falta de espaço adequado em um ambiente de alta pressão como um palco de esports pode ter implicações significativas. Imagine-se em uma final de um campeonato mundial, com milhões de dólares em jogo, precisando de total foco e concentração. Agora, imagine ter o cotovelo do seu adversário praticamente roçando o seu, ou sentir cada movimento e suspiro do time oposto. Isso não é apenas desconfortável; é potencialmente perturbador.
A privacidade e o espaço pessoal são cruciais para a performance de atletas de alto nível, e jogadores de esports não são exceção. A proximidade excessiva pode levar à distração, comprometer a comunicação interna das equipes e até mesmo induzir uma sensação de claustrofobia, algo que ninguém deseja em meio a uma partida decisiva.
Um Clamor Ignorado: A Reunião de Gerentes
O mais irônico e, talvez, preocupante, é a revelação de Korb3n de que esta não é uma reclamação isolada. Segundo ele, 90% das equipes participantes dos playoffs compartilhavam do mesmo sentimento de insatisfação. Gerentes de várias organizações se reuniram em uma conferência no Discord para discutir a questão e, presumivelmente, buscar uma solução ou, no mínimo, uma escuta por parte da organização do evento. A resposta? Um silêncio que, como Korb3n bem pontuou com uma pitada de humor ácido, demonstrou um descaso quase cômico.
Essa aparente indiferença levanta questões importantes sobre a comunicação entre organizadores de torneios e os próprios atletas. Em uma indústria que se vangloria de sua profissionalização e do investimento massivo em infraestrutura e prêmios, a falta de atenção a um aspecto tão fundamental como o conforto e o ambiente de jogo dos participantes é, no mínimo, paradoxal. É como construir uma mansão luxuosa, mas esquecer de colocar portas nos banheiros.
Lições para o Futuro dos Esports
O incidente no Riyadh Masters 2025 serve como um lembrete valioso: o sucesso de um evento de esports não se mede apenas pelo tamanho do seu prêmio ou pela grandiosidade de sua abertura. A experiência do jogador, que inclui desde a qualidade dos equipamentos até o layout do palco, é um pilar fundamental. Profissionais dedicam suas vidas a dominar seus jogos; o mínimo que se espera é um ambiente que lhes permita competir em suas melhores condições.
Espera-se que, no futuro, eventos de tamanha magnitude prestem mais atenção ao feedback das estrelas do espetáculo – os jogadores. Afinal, um palco espetacular é inútil se os protagonistas não conseguem atuar confortavelmente nele.