“Sacrifice”: A Sinfonia Cósmica que Narra 15 Anos de Legado no Worlds 2025 de League of Legends

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O Campeonato Mundial de League of Legends de 2025 já está praticamente à porta, e com ele, a Riot Games lançou seu mais novo hino: “Sacrifice”. Longe de ser apenas uma canção de abertura, esta peça musical e visual serve como uma grandiosa celebração dos 15 anos de história do LoL Esports, tecendo uma narrativa épica de dedicação, glória e, sim, muito sacrifício.

Taça do Campeonato Mundial de League of Legends
A cobiçada Copa do Invocador, símbolo máximo do LoL Esports.

Interpretado por G.E.M., “Sacrifice” é uma viagem nostálgica que revisita alguns dos momentos mais icônicos na trajetória competitiva de League of Legends. Ao mesclar clipes de jogadores lendários e jogadas inesquecíveis, o hino é, nas palavras de Andres Cerro, Gerente Sênior de Marca para LoL Esports, “a mais pura expressão de hype, paixão dos fãs e amor”. Em entrevista, Cerro e Mike Potter, Diretor Criativo para LoL Esports, detalharam o processo por trás da criação e a complexidade de um tema tão universal.

“Sacrifice”: Mais Que um Título, um Manto de Legado

A campanha do Worlds 2025 gira em torno da tagline “Conquiste Seu Legado” (Earn Your Legacy). Para Cerro e Potter, a conexão entre este tema e o título do hino foi uma escolha natural, quase predestinada. Segundo os diretores da Riot, a história dos hinos do Worlds sempre celebrou qualidades intrínsecas ao profissionalismo: coragem, resiliência e dedicação. “Sacrifício é um dos meios para alcançar o status lendário,” afirmou Cerro, ressaltando que a mensagem da canção espelha a dedicação árdua e inabalável exigida para se chegar ao topo.

“Você precisa sacrificar muito tempo e oportunidade, dedicando-se a um esporte que exige tudo. Mas a recompensa é se tornar parte de memórias preciosas para milhões de jogadores ao redor do mundo,” concluiu Cerro. Potter complementou: “É preciso de tudo apenas para chegar ao Worlds. Só isso já é algo que vale a pena celebrar e honrar.”

Ambos concordaram que o conceito de legado se estende muito além das taças de campeonato, alcançando qualquer um que faça parte deste ecossistema. “O legado pode ser conquistado de muitas maneiras diferentes — nos play-ins, na transmissão, através de momentos inesquecíveis. Nem todo mundo vence, mas muitos deixam sua marca,” disse Potter, justificando a inclusão de jogadores no clipe que talvez nunca tenham levantado a Copa do Invocador. A meta era cravar um entendimento claro do que legado significa no Worlds de League of Legends, através de uma memória coletiva construída por profissionais e fãs ao longo de quinze anos.

Um Universo Construído para Lendas: A Estética Cósmica do Videoclipe

Este ano, o videoclipe de “Sacrifice” levou a celebração para além de Runeterra, transportando os espectadores para o espaço sideral. O vídeo reimagina momentos icônicos do Worlds como eventos cósmicos, culminando em imagens dos maiores jogadores, fãs e equipes do LoL Esports. Potter explicou que a decisão de ambientar o vídeo no espaço foi “duas pontas”. Por um lado, a equipe buscava um novo ambiente criativo que se destacasse dos anos anteriores. Por outro, o espaço oferecia um cenário natural para “dramatizar” a escala dos 15 anos de legado do LoL Esports.

Cerro acrescentou que o espaço conferiu ao vídeo tanto escala quanto significado, permitindo que a equipe celebrasse 15 anos de LoL Esports com uma perspectiva mais ampla. Ele detalhou que, enquanto hinos anteriores focavam em um torneio ou na carreira de um jogador — como RISE ou GODS —, o videoclipe deste ano destaca o esporte como um todo. O cenário cósmico também concedeu aos designers uma liberdade criativa sem precedentes, utilizando nebulosas e constelações para esconder easter eggs e referências por todo o vídeo, algumas tão obscuras que piscam em apenas um frame.

Potter descreveu o conceito das constelações como uma metáfora de como a comunidade se lembra do jogo, uma “história atemporal” escrita nas estrelas sobre memórias que “duram para sempre”. O hino do Worlds 2025 acumula tantas memórias quanto estrelas no céu, com “Sacrifice” registrando o maior número de easter eggs já ocultos em um vídeo da Riot. Embora nem todo momento icônico dos últimos 15 anos pudesse ser incluído, Potter estima que o videoclipe contenha “mais de 70” dessas surpresas para os fãs caçarem.

Maciej “Shushei” Ratuszniak no Hino do Worlds 2025
Maciej “Shushei” Ratuszniak imortalizado no hino do Worlds 2025.

Uma referência inconfundível é a imagem de Maciej “Shushei” Ratuszniak levantando a Copa do Invocador. Infelizmente, Shushei nos deixou em abril de 2025 após uma batalha contra o câncer, mas foi eternizado como um dos primeiros jogadores a vencer o primeiro Campeonato Mundial, e agora sua lenda vive nas estrelas digitais da Riot.

Anthems do Worlds: Um Presente aos Fãs, Não um Investimento

Embora o vídeo destaque os jogadores e seu legado, Cerro enfatizou que os fãs são igualmente importantes, pois foram eles que fizeram de League of Legends esports “o maior esporte eletrônico do planeta”. “Eles criam incontáveis memórias através de sua paixão pelo jogo, comparecendo a eventos ao vivo, assistindo partidas em diferentes fusos horários, compartilhando conteúdo e demonstrando apoio de maneiras que se estendem muito além do próprio jogo,” destacou.

Para a Riot Games, o hino do Worlds é “a mais pura expressão de hype, paixão dos fãs e amor” pelos torcedores. E aqui, com uma dose sutil de ironia, o executivo mencionou que, ao criar a música e o videoclipe, a Riot não espera recuperar nenhum dos investimentos feitos. “Não há como monetizar algo assim,” disse ele, quase como quem pede desculpas por ser tão generoso. “Existe para recompensar e deleitar os fãs — para dar a eles algo significativo para recordar no início do torneio.”

Nem a música nem o vídeo são esperados para gerar receita, e seu sucesso não é julgado pelo retorno financeiro. Em vez disso, a Riot Games mede o impacto pela forma como engaja os espectadores e ressoa com a comunidade, monitorando as reações dos fãs em múltiplas plataformas e idiomas. Isso inclui pesquisas sobre a música, a escolha do artista e a história geral. Cerro disse que a equipe também acompanha as discussões online para ver quais elementos do vídeo se conectam com os fãs e como a mensagem é recebida em diferentes regiões. “Queremos saber se os fãs estão sentindo a história, o tom e a emoção que tentamos capturar,” afirmou.

A Importância da Perspectiva Global Diante da Crítica

Após o adiamento do hino e sua explicação pela Riot (que envolveu a remoção de um jogador do videoclipe), muitos fãs e profissionais levantaram críticas, e isso, muito provavelmente, continuará à medida que o vídeo ganha mais visibilidade. No entanto, Cerro disse que não sente a necessidade de responder às críticas antes que elas ocorram. Em vez disso, ele encoraja os fãs a dar um passo para trás e considerar o escopo global de League of Legends esports.

“Quando algo não corresponde ao seu gosto pessoal, pergunte-se: isso foi feito apenas para mim, ou para alcançar fãs do outro lado do mundo, ou aqueles que são novos no jogo?”, provocou. Cerro enfatizou que o hino precisa se conectar com fãs em todos os lugares, não apenas com alguns. Particularmente no 15º aniversário, ele acredita que vale a pena lembrar o quão “diversificado” é o fandom, unido por memórias compartilhadas, mas moldado por “pontos de vista únicos”.

“É por isso que, às vezes, certas escolhas criativas, certos jogadores ou certos ângulos podem não ressoar pessoalmente com você,” disse ele. “Isso não significa que esteja errado — é projetado para celebrar toda a comunidade, desde fãs de longa data até recém-chegados.”

Quinze anos após o primeiro Campeonato Mundial de League of Legends, o evento permanece um dos espetáculos mais definidores nos esports. Através da música, visuais e narrativa, “Sacrifice” captura não apenas a escala dessa história, mas também o espírito que a mantém viva. Em 2025, o Worlds mais uma vez convida seus jogadores a conquistarem seu legado — um sacrifício de cada vez.

Gabriel Neves dos Santos

Gabriel Neves dos Santos, 34 anos, é um repórter veterano da cena de eSports em Curitiba. Com background em programação, ele traz uma perspectiva única para suas análises sobre Dota 2 e Valorant. Conhecido por suas investigações aprofundadas sobre contratos e transferências de jogadores profissionais, ele se destaca por revelar histórias exclusivas do cenário.

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