O universo dos videogames e do cinema de terror parecem estar cada vez mais entrelaçados, para a alegria (ou pavor) dos fãs. A mais recente notícia que agita essa fronteira é a confirmação de que The Medium, o intrigante jogo de terror psicológico da aclamada Bloober Team, ganhará uma adaptação para as telonas como um filme de longa-metragem.
E para guiar esta complexa jornada para as telas, a responsabilidade caiu sobre ombros já acostumados a lidar com o macabro: Gary Dauberman. Conhecido por seu trabalho na moderna franquia cinematográfica de “It: A Coisa”, baseada na obra de Stephen King, e na vindoura adaptação de outro popular game de terror, “Until Dawn”, Dauberman assume a função de produtor e roteirista. Uma escolha que, para muitos, já é um bom presságio, considerando sua habilidade em traduzir nuances do horror para o público. Resta saber se ele conseguirá evocar a mesma atmosfera densa e inquietante que os fãs já conhecem.
Lançado em janeiro de 2021 para PC e Xbox Series S/X, e posteriormente para PlayStation 5 em setembro do mesmo ano, The Medium rapidamente chamou a atenção por sua premissa única. O jogo coloca os jogadores na pele de Marianne, uma médium capaz de transitar entre o mundo real e um plano espiritual sombrio e perturbador. Sua missão? Desvendar o mistério por trás da morte de uma criança em um hotel abandonado na Cracóvia dos anos 90. A mecânica de “realidade dupla”, que permite aos jogadores experimentar e interagir com ambos os planos simultaneamente, foi um dos pontos altos, rendendo ao jogo uma média de 71/100 na crítica especializada do Metacritic e 7.3/10 entre os usuários.
A transição de uma mecânica tão intrínseca ao gameplay para a linguagem cinematográfica é, sem dúvida, o maior desafio a ser superado. Como Dauberman irá traduzir a experiência simultânea de duas realidades em uma tela única? A tarefa é complexa, ainda mais considerando que uma adaptação em série já havia sido anunciada em 2022 e, misteriosamente, `congelada`. O cinema, com sua natureza passiva para o espectador, terá que encontrar formas criativas de manter a tensão e a imersão que a interatividade do jogo proporciona. A esperança é que o filme não se limite a ser um mero “passeio” pelo enredo, mas que consiga criar sua própria identidade visual e narrativa, talvez explorando ainda mais o lado psicológico da história de Marianne.
No momento, os detalhes sobre a produção são escassos. A equipe por trás do projeto está ativamente em busca de roteiristas e de um diretor que compreenda a visão e a profundidade de The Medium. Não há ainda uma data de lançamento definida, o que nos dá tempo para especular sobre como esse universo sombrio e suas realidades interligadas serão representados. Será que o filme conseguirá superar as expectativas, ou cairá na vala comum das adaptações que perdem a essência no caminho? A Bloober Team e Gary Dauberman têm a faca e o queijo, ou melhor, a câmera e o roteiro nas mãos, para nos entregar uma experiência verdadeiramente memorável. O horror, afinal, é um jogo de paciência. E a expectativa, convenhamos, é parte da diversão.
