Filmes de espionagem se dividem em duas categorias principais: aqueles focados em duelos de inteligência em salas de reunião tensas e os que transformam espiões em máquinas de combate de alta performance, experts em lutas corpo a corpo e perseguições automobilísticas espetaculares. Ambos os estilos são incrivelmente atraentes e frequentemente combinam cenários exóticos, histórias de detetive intrincadas, perseguições emocionantes e, às vezes, dramas românticos. Essa mistura explosiva faz do cinema de espionagem um dos gêneros mais amados.
Um homem misterioso é resgatado no Mar Mediterrâneo por pescadores locais, após quase se afogar. Ele não se lembra de sua identidade, de onde veio ou por que tem ferimentos de bala e uma cápsula implantada no quadril com um número de cofre bancário em Zurique. Com o tempo, ele descobre ser Jason Bourne (Matt Damon), conforme um de seus muitos passaportes indica. Seu passado revela que ele é um assassino profissional e agente da CIA, parte do projeto “Treadstone”. Essa revelação poderia desestabilizar qualquer um, mas Bourne encontra forças em suas habilidades de luta e espionagem para desvendar a verdade aterrorizante sobre si mesmo.
Este é um filme de espionagem primoroso em todos os aspectos. Apresenta um jovem Matt Damon, uma cinematografia incomum para filmes de ação que, em estilo quase documental, nos imerge na atmosfera sombria e no futuro incerto do protagonista através de paisagens invernais da Europa e uma câmera trêmula. A trilha sonora com “Extreme Ways” de Moby arrepia. O diretor Doug Liman fez um trabalho excepcional, dando um pontapé inicial fantástico para a franquia. Recomendamos assistir “A Identidade Bourne”, “A Supremacia Bourne” e “O Ultimato Bourne” em sequência: todos são igualmente cativantes, visualmente belos e repletos de ação. A saga de Jason Bourne é baseada nos livros do escritor americano Robert Ludlum. Nem tudo dos livros foi adaptado para o cinema, mas a essência da ideia e do personagem foram mantidas.
Harry Caul (Gene Hackman) é um especialista em escutas telefônicas. Ele é um profissional habilidoso, ciente do valor de seu trabalho e de suas consequências. Um dia, ele recebe uma encomenda: gravar a conversa de dois amantes em uma praça movimentada de São Francisco. Harry cumpre a tarefa, mas logo percebe que seu trabalho pode colocar os amantes em perigo. A partir desse momento, Harry perde o sono e mergulha em um pesadelo de irreversibilidade causado pela natureza da espionagem.
Este drama psicológico de Francis Ford Coppola, baseado em seu próprio roteiro, foi premiado com a Palma de Ouro e presenteou o público com uma atmosfera singular e inquietante, que nos transporta para um estado de paranoia, apresentando a espionagem “raiz”, bem diferente do que vemos em blockbusters de alto orçamento. Curiosamente, “A Conversação” estreou dois anos após o escândalo de Watergate, e tanto seu enredo quanto o clima geral ressoaram com a espionagem e as escutas em massa da era Richard Nixon. O caso expôs a magnitude da vigilância ilegal sobre opositores políticos e figuras públicas, gerando uma crise nacional de confiança no governo. Coppola afirmou que a ideia do filme surgiu muito antes de Watergate, mas a coincidência do lançamento com o escândalo fez com que a obra fosse vista como um poderoso comentário sobre controle estatal, vigilância e invasão de privacidade.
Por obra do destino, o jovem encrenqueiro Eggsy (Taron Egerton) cruza o caminho de Harry Hart (Colin Firth), um membro de uma agência secreta britânica. Essa agência se dedica à espionagem e recruta jovens talentosos de famílias aristocráticas, preparando-os para se tornarem agentes Kingsman. Hart, usando seus recursos e a influência da agência, inicia Eggsy nos segredos da profissão e o submete a testes rigorosos. Paralelamente, Hart e seus colegas investigam Richmond Valentine (Samuel L. Jackson), um vilão que planeja escravizar a humanidade implantando chips nas pessoas. Hart, Eggsy e outros membros da organização secreta precisam lutar contra o vilão para proteger o mundo.
A história de Kingsman nasceu nos quadrinhos “The Secret Service” de Mark Millar e Dave Gibbons. A direção é de Matthew Vaughn, conhecido pelo filme de ação e comédia “Kick-Ass” (também baseado em quadrinhos de Mark Millar). Pode-se dizer que, com este filme britânico sobre uma agência secreta, Vaughn aprimorou seu estilo de ação e comédia irônica com violência exagerada: cabeças e membros explodindo, sangue jorrando. O resultado é um filme de espionagem divertido e espirituoso, que busca um tom sério ao mesmo tempo em que satiriza clichês do gênero.
Após impedir um ataque terrorista, James Bond (Daniel Craig) recebe uma missão de M para impedir Le Chiffre (Mads Mikkelsen) de ganhar uma grande quantia em um jogo de pôquer, dinheiro destinado a financiar atividades terroristas. Se Bond vencer, Le Chiffre concorda em cooperar com a CIA. A ação se passa no elegante Casino Royale em Montenegro. O jogo de pôquer se transforma em uma batalha de vida ou morte, com blefes, apostas altas, vitórias e perdas. Bond enfrenta perigos dentro e fora do cassino, sofrendo atentados e traições.
“Cassino Royale” é o primeiro filme de James Bond com Daniel Craig no papel principal. É essencialmente um reboot da franquia, com uma abordagem mais realista e sombria. Nesta história, Bond é mostrado de forma mais vulnerável, como um personagem com emoções reais e dilemas morais. A escolha de Craig para o papel foi crucial: inicialmente rejeitado por muitos fãs, ele conquistou a todos após o lançamento do filme. O filme entrou para as listas dos melhores de 2006, e até Sean Connery, ícone da franquia, elogiou o novo Bond. A atuação de Craig foi aclamada por sua interpretação sensível do personagem.
James Donovan (Tom Hanks), um advogado de seguros, aceita defender Rudolf Abel (Mark Rylance), um espião soviético capturado nos EUA. Apesar da pressão pública, Donovan defende Abel no tribunal, garantindo um julgamento justo. Nesse período, um avião espião americano U-2 é abatido na União Soviética, e o piloto Gary Powers (Austin Stowell) é feito prisioneiro. Donovan é convidado a participar de negociações secretas entre EUA e URSS para trocar Abel por Powers.
Este filme de Steven Spielberg foi premiado com o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante e indicado a Melhor Filme, Melhor Roteiro e outras categorias importantes. Promovido como um filme de ação, ele se revela um drama sensível e realista sobre um homem íntegro. Os personagens são complexos, e a tensão surge mais dos diálogos e negociações do que de explosões e perseguições típicas do gênero.
O agente Ethan Hunt (Tom Cruise) e sua equipe da IMF (Impossible Mission Force) são envolvidos em uma conspiração global após serem acusados de um ataque terrorista ao Kremlin. O governo americano ativa o “Protocolo Fantasma”, desmantelando a IMF. Sem apoio governamental, Ethan e sua equipe precisam deter o terrorista Kurt Hendricks (Mikael Nyqvist), conhecido como Cobalt, que planeja uma guerra nuclear para “purificar” a humanidade.
Um dos filmes mais populares da série “Missão Impossível”, famoso por suas cenas de ação e acrobacias espetaculares, que conquistaram público e crítica. Neste filme, Tom Cruise enfrenta tempestades de areia, escapa de destroços da Torre Spasskaya e, como cereja do bolo, escala a fachada de vidro do Burj Khalifa, com 163 andares. E tudo isso sem dublês, mostrando que até o trabalho mais perigoso de espião é feito por ele mesmo.
O protagonista é George Smiley (Gary Oldman), um ex-agente da inteligência britânica MI6 (conhecida como “O Circo”). Smiley é chamado de volta da aposentadoria para identificar um “agente duplo” soviético infiltrado na alta cúpula da inteligência. Smiley inicia uma investigação secreta para descobrir o traidor entre seus colegas. Ele descobre intrigas complexas e jogos duplos escondidos por trás da fachada do “Circo”.
O filme é baseado no romance homônimo de John le Carré, que conhece o mundo da espionagem por dentro: trabalhou no MI-5 a partir de 1958 e no MI-6 a partir de 1959, atuando sob cobertura diplomática na Alemanha Ocidental por cinco anos. Ele foi um dos espiões britânicos traídos por Kim Philby, o famoso agente duplo do MI-6 que trabalhava para os soviéticos. A trama do filme tem semelhanças com essa história real. O grande trunfo do filme é o protagonista Smiley: contraditório, melancólico e reservado, mas capaz de emoções intensas. “O que atrai nesse personagem é que ele se mostra de um jeito, mas por dentro é profundamente infeliz…”, disse Gary Oldman sobre o protagonista.
A vida do publicitário Roger Thornhill (Cary Grant) muda drasticamente quando ele é confundido com um espião inexistente chamado George Kaplan. Thornhill é sequestrado e quase morto por capangas de um criminoso misterioso chamado Van Damm.
Thornhill consegue escapar, mas se torna alvo da polícia e precisa fugir. Para provar sua inocência, ele viaja pelos EUA em busca do verdadeiro Kaplan. No caminho, conhece a misteriosa Eve (Eva Marie Saint), que o ajuda, mas, como manda o gênero, a charmosa dama esconde um segredo.
Um clássico (e paródia) da espionagem de Alfred Hitchcock. A cena famosa em que Grant corre por um milharal tentando escapar de um avião implacável é icônica. Um filme tenso, com momentos divertidos, que antecipou muitos clichês dos filmes de espionagem das décadas seguintes.