Três ataques DDoS na cena profissional de Dota 2 que foram ainda piores que o da Team Spirit
O principal assunto da semana será, sem dúvida, a final adiada da DreamLeague Season 25 de Dota 2, onde a Team Spirit não pôde continuar o quarto mapa contra a Tundra Esports devido a ataques DDoS. Embora o termo “DDoS” tenha se tornado menos comum na cena profissional nos últimos anos, já foi um dos maiores problemas do cenário. Decidimos mergulhar na história e relatar três casos intrigantes em que ataques DDoS interferiram em partidas profissionais e tiveram um impacto ainda maior no resultado.
2014 foi um dos períodos mais desafiadores na história da cena profissional. Foi quando o termo “ataque DDoS” se tornou comum. O problema atingiu proporções massivas. Na maioria das qualificatórias online, as equipes enfrentavam latência alta e desconexões frequentes. Muitos times ainda não sabiam como lidar com isso ou se proteger. Como resultado, os ataques DDoS às vezes determinavam diretamente os resultados das partidas e, consequentemente, a distribuição de vagas para eventos LAN.
Para entender a extensão do problema, vamos examinar as qualificatórias para o ESL One New York 2014 e a jornada da equipe NAVI.
Primeiro, na disputa pela primeira vaga LAN, a NAVI enfrentou a recém-formada Team Secret. Mas os espectadores não viram uma série emocionante, pois logo no início da partida (aos 6 minutos) a NAVI estava jogando com apenas quatro jogadores.
Curiosamente, a NAVI até se defendeu bem e fez algumas trocas favoráveis. No entanto, pouco depois, XBOCT informou que ele era o único restante no jogo, tornando impossível continuar a luta.
Como resultado, aos 16 minutos, com o placar e os net worths relativamente equilibrados, a NAVI admitiu a derrota, e a Team Secret garantiu a vaga para o evento LAN nos EUA.
Na chave inferior, com uma segunda chance de conquistar uma vaga no torneio, foi a vez da NAVI se beneficiar dos ataques DDoS. Isso ocorreu na série contra a xGame.kz, que tinha Mantis em sua formação. A equipe do Cazaquistão sofreu um ataque logo no início. Todos tentaram resolver o problema, até o comentarista VeRsuta se juntou à discussão e deu conselhos.
Mas não adiantou. Os jogadores da xGame.kz resistiram um pouco com quatro jogadores e até fizeram alguns abates, mas acabaram tendo que admitir a derrota. Os jogadores da NAVI, que recentemente haviam sofrido ataques DDoS, só puderam simpatizar com seus adversários.
No final, a NAVI conquistou a vaga no torneio, enquanto a promissora xGame.kz ficou de fora.
Um dos casos mais famosos de ataque DDoS durante uma partida profissional ocorreu em 2017, nas qualificatórias para o Dota 2 Asia Championships 2017. Este episódio é notável não apenas pelo impacto do ataque DDoS no resultado final, mas também pelas consequências – o gerente da Virtus.pro, Andrey “Kimi” Kvasnevsky, perdeu seu emprego por causa disso.
No início de 2017, a Virtus.pro já estava se estabelecendo como líder da região. Embora ainda não tivesse alcançado o status de equipe top mundial, era difícil encontrar rivais à altura na CEI. Portanto, o resultado da qualificatória para o DAC parecia predeterminado, com apenas a Team Empire possivelmente oferecendo alguma competição. No entanto, a VP nem chegou a enfrentar a Team Empire, pois não passou da fase de grupos.
Durante a primeira partida do grupo, a VP perdeu a conexão de internet no bootcamp. Assim, a equipe recebeu sua primeira derrota técnica. Antes da segunda partida, o time foi para uma lan house e lá sofreu um ataque DDoS, impedindo-os de participar da série. Em ambos os casos, os oponentes concederam à VP os 10 minutos de pausa regulamentares, mas não foi suficiente. A Virtus.pro deixou as qualificatórias sem jogar uma única partida.
Após esse incidente, a direção da Virtus.pro anunciou a demissão do gerente da equipe, que não conseguiu garantir as condições necessárias. O DAC 2017 aconteceu sem a Virtus.pro, mas a Team Empire teve algumas partidas fenomenais e chegou ao top 6.
As qualificatórias para o The International 2018 foram uma das mais problemáticas da história do torneio, especialmente na região sul-americana. Quase todas as equipes participantes sofreram ataques DDoS, começando desde as primeiras etapas das qualificatórias abertas.
Considerando o grande número de partidas, era impossível resolver cada problema individualmente, como foi feito na final da DreamLeague. Isso levou a situações curiosas. De acordo com as regras, o tempo de pausa era limitado a 20 minutos no máximo, após o qual o jogo deveria ser retomado. A Thunder Predator, com Scofield, decidiu aproveitar essa regra em uma de suas partidas. Nos playoffs da qualificatória aberta, eles enfrentaram a paiN, e ambas as equipes foram desconectadas após um ataque DDoS. No entanto, a Thunder Predator, que estava perdendo por cerca de 20 mil de ouro, retornou antes e… removeu a pausa, vencendo assim o mapa.
Histórias como essa eram comuns nessas qualificatórias. Por exemplo, o Midas Club venceu uma partida com o trono exposto simplesmente removendo a pausa enquanto os adversários ainda não estavam no servidor.
Após esses incidentes, os organizadores tiveram que revisar a regra sobre pausas. Os participantes foram proibidos de removê-las em caso de desconexão do adversário. Em vez disso, era necessário chamar um administrador, que tomaria a decisão sobre o futuro da partida.
Se você está curioso sobre o karma e o destino posterior dos que gostavam de remover pausas, temos boas notícias: tanto a Thunder Predator quanto o Midas Club fracassaram no final. O Midas Club avançou para as qualificatórias fechadas, mas terminou em último lugar em seu grupo. Já a Thunder Predator teve um destino mais interessante. A equipe chegou aos playoffs da qualificatória fechada, mas… foi desclassificada por usar macros.