O palco do VALORANT Champions 2025 em Paris foi mais uma vez o cenário de confrontos que tiraram o fôlego da audiência. As semifinais da Chave Superior entregaram uma dose generosa de drama, resiliência e, claro, talento inquestionável. A Fnatic, desafiando as probabilidades, conquistou uma vitória surpreendente sobre a Paper Rex, enquanto a NRG emergiu triunfante de um clássico eletrizante contra a MIBR. Este último confronto, em particular, ficará marcado pela performance histórica do duelista brasileiro aspas. Prepare-se para mergulhar nos detalhes que moldaram este dia decisivo do torneio.
Fnatic Supera Adversidade e Desarma a Paper Rex
Os fãs da Fnatic tiveram motivos de sobra para comemorar! Em uma das histórias mais cativantes do torneio, a equipe da EMEA enfrentou a poderosa Paper Rex (PRX), campeã do VCT Pacific Stage 2, com um desfalque crucial: o astro sentinela Emir ‘Alfajer’ Beder estava fora devido a problemas de saúde, sendo substituído por Domagoj ‘Doma’ Fancev. Contra todas as expectativas e pressões, a Fnatic, com Doma no lugar, orquestrou uma vitória dramática por 2 a 1, empurrando a PRX para a temida Chave Inferior.
Bind: PRX Se Impõe, Mas com Dificuldades
No mapa de escolha da PRX, Bind, a equipe do Pacífico já demonstrava sinais de uma batalha árdua. Apesar de garantir dois rounds de pistola e suas conversões de bônus, a PRX mal conseguiu sair com a vitória, fechando o mapa em 13-10. Na primeira metade, a Fnatic mostrou sua força defensiva, recuperando-se de um 0-4 graças a uma performance dominante de Kajetan ‘kaajak’ Haremski. A precisão de Doma e a utilidade de Tejo também impressionaram, resultando em uma vantagem de 7-5 para a Fnatic.
Contudo, na segunda metade, a equipe da EMEA pecou por uma abordagem passiva no ataque, contrastando com sua agressividade defensiva. A Fnatic encontrou pouco sucesso com essa tática, enquanto Khalish ‘d4v41’ Rusyaidee da PRX aproveitou a hesitação para punir com flancos e ângulos inesperados, garantindo o primeiro ponto da série para os seus.
Haven: A Resposta Estratégica da Fnatic
Em Haven, a PRX venceu seu round de pistola defensivo com uma jogada inteligente de Omen, mas não conseguiu capitalizar a vantagem inicial. A Fnatic, por outro lado, construiu uma economia robusta ao vencer um round econômico (thrifty) no segundo round. A partir daí, kaajak iniciou um verdadeiro massacre com Yoru, culminando em uma vantagem de 8-5 para a Fnatic no intervalo.
Com a Fnatic no ataque, a equipe raramente foi pega de surpresa pelas jogadas agressivas da composição Yoru/Waylay da PRX. O líder in-game (IGL) Jake ‘Boaster’ Howlett demonstrou inteligência tática, explorando a falta de utilidade de informação da PRX para criar lacunas no mapa. Isso frequentemente forçou a PRX a lutar em retakes contra a forte composição de Viper pós-plant, uma tática popularizada pela equipe Gen.G. Após uma metade sólida, a Fnatic garantiu o round de pistola e os rounds de bônus, disparando para uma vitória avassaladora de 13-4.
Lotus: A Virada que Desafia a Lógica
O mapa final, Lotus, colocou a Fnatic sob intensa pressão. Após vencer o round de pistola de ataque, a equipe viu a PRX dominar, com Jason ‘f0rsakeN’ Susanto controlando o ponto A de forma implacável, seja com jogadas astutas de Omen ou com rajadas de Odin da `árvore`.
A Fnatic foi negada em grande parte de seu lado de ataque, perdendo nove rounds consecutivos até conseguir os dois últimos da metade (3-9). No entanto, essas duas jogadas marcaram o prelúdio de uma virada que entrará para a história do VALORANT Champions. Na segunda metade, a equipe garantiu o round de pistola e os rounds de bônus. A Fnatic parecia ter antecipado a estratégia da PRX de explorar um ponto C aparentemente vulnerável, defendido pelo substituto Doma. Seja antecipado ou não, a Fnatic executou retakes impecáveis em C e neutralizou os ataques da PRX em A e B. Ganhando 12 rounds seguidos, a Fnatic selou Lotus por 13-9. Uma virada que, por sua magnitude, beira o inacreditável e consolida a resiliência desta equipe.
NRG e MIBR: Um Clássico Inesquecível e um Recorde Histórico
O dia continuou com um confronto digno de um “derby” do VCT Americas entre NRG e MIBR. Apesar de uma performance avassaladora do duelista estelar da MIBR, Erick ‘aspas’ Santos, a NRG saiu vitoriosa da série por 2 a 1. Um jogo que foi a prova de que números individuais podem ser espetaculares, mas o trabalho em equipe ainda é o rei.
Abyss: Overtime de Roer as Unhas
No mapa de escolha da MIBR, Abyss, as metades foram incrivelmente apertadas, mesmo com o mapa sendo conhecido por favorecer o ataque. A NRG começou bem no ataque, impulsionada por sua única vitória em round de pistola na série. Contudo, a MIBR se recuperou assim que aspas brilhou com sua Jett, deixando o mapa em uma boa posição para os brasileiros na segunda metade (6-6).
Na segunda metade, a troca de rounds foi intensa, com duelos individuais decidindo o destino. Os ataques explosivos da MIBR se chocaram com os retakes metódicos da NRG. A MIBR até tentou inovar, usando fumaças para aspas avançar, mas não foi suficiente para evitar o overtime. Jogadas heroicas do IGL da NRG, Ethan ‘Ethan’ Arnold, e do duelista novato Adam ‘mada’ Pampuch, garantiram a vitória no overtime por 16-14.
Haven: A Aula Tática da MIBR
Em um raro confronto espelhado em Haven, a MIBR deu uma verdadeira aula sobre como executar a composição de Viper/Omen, popularizada pela Gen.G. No ataque, as decisões de meio de round de Ethan foram postas à prova, e o IGL, muitas vezes dependente de estratégias rápidas, teve que recorrer a jogadas padrão contra a MIBR. Contudo, o ataque padrão nunca foi o forte da NRG, que lutou para controlar o mapa e identificar a configuração de Killjoy inimiga.
Enquanto isso, a torreta de Killjoy da MIBR frequentemente segurava pontos cruciais como C-long e garagem, no estilo impecável da Gen.G. A MIBR encerrou a metade com um dominante 10-2 e garantiu os dois rounds de pistola, igualando o placar da série em 13-4.
Corrode: Resiliência da NRG e o Recorde de Aspas
O desfecho da série ocorreu em Corrode, onde ambas as composições solo-Waylay se destacaram no ataque. A MIBR começou forte, vencendo cinco rounds de ataque em um mapa tipicamente defensivo, aproveitando o ritmo versátil e os micro-ajustes rápidos para maximizar o Waylay de aspas.
Na segunda metade, entretanto, a MIBR sofreu um round econômico (thrifty) após vencer seu quinto round de pistola na série. Este thrifty foi o divisor de águas, mudando completamente o ímpeto do jogo. A NRG, então, entregou execuções convincentes nos pontos, enquanto os novatos da MIBR pareciam sucumbir sob a pressão crescente. Com a MIBR contra a parede, o IGL Andrew ‘Verno’ Maust tentou virar o jogo, parando a sequência inimiga com uma ultimate impactante de Sova e forçando o overtime ao negar um plant crucial.
Mas nem mesmo esses esforços heroicos, somados a um ACE no overtime de aspas, foram suficientes contra a inabalável resiliência da NRG (14-16). É a ironia do esporte: um esforço individual colossal nem sempre se traduz em vitória da equipe.
Apesar da derrota, aspas da MIBR foi o jogador com mais abates em todos os mapas da série. Com um KDA (kill-death-assist) impressionante de 80/42/6, o veterano quebrou o recorde de mais abates em um evento global do VCT. Uma marca que, mesmo no sabor amargo da derrota, solidifica seu status como um dos maiores duelistas do cenário de VALORANT e um motivo de orgulho para a torcida brasileira.
Paper Rex e MIBR na Chave Inferior: A Luta pela Sobrevivência Continua
Com as vitórias de hoje, Fnatic e NRG garantiram suas vagas na Final da Chave Superior do VALORANT Champions 2025, que acontecerá em 3 de outubro na imponente Accor Arena, em Paris. A expectativa é de um embate épico entre duas das equipes mais formidáveis do torneio, buscando uma vaga direta na Grande Final.
Por outro lado, Paper Rex e MIBR agora enfrentam o caminho mais tortuoso da Chave Inferior, onde a margem de erro é zero. A chance de redenção ainda existe, mas cada partida é uma eliminatória. Os fãs podem se preparar para mais emoções nos jogos de amanhã: a Paper Rex enfrentará a Team Heretics da EMEA, e logo depois, a MIBR e a DRX do Pacífico subirão ao palco em busca da sobrevivência. Será um teste definitivo de nervos e habilidade para essas equipes que ainda alimentam o sonho do título mundial de VALORANT.
Onde Acompanhar a Ação
Para não perder nenhum lance, os fãs podem sintonizar os jogos eliminatórios de amanhã através dos canais oficiais do VCT no YouTube e Twitch. Prepare a pipoca, chame a torcida e prepare-se para mais um dia de VALORANT de alta octanagem nesta emocionante jornada rumo à glória em Paris.