Vice-presidente do Parlamento Europeu Apoia ‘Stop Killing Games’: Quem é o Verdadeiro Dono do Jogo Comprado?

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O debate sobre os direitos do consumidor na era digital ganhou um novo e importante aliado no coração da Europa. Nicolae Ștefănuță, um dos vice-presidentes do Parlamento Europeu, declarou publicamente seu apoio ao movimento “Stop Killing Games” (Pare de Matar Jogos). Essa iniciativa crescente busca garantir que os jogadores tenham mais controle e direitos sobre as cópias digitais de jogos que adquirem.

A essência da posição de Ștefănuță alinha-se perfeitamente com o principal lema da campanha, expressado por ele: “O jogo vendido pertence ao comprador, não à empresa”. Essa afirmação simples, mas poderosa, confronta diretamente a prática cada vez mais comum na indústria de jogos digitais: o fechamento de servidores e a consequente inacessibilidade a títulos pelos quais os consumidores já pagaram. É como comprar um carro que só funciona enquanto a montadora mantiver uma usina de energia para ele – um cenário um tanto… peculiar, para dizer o mínimo.

O movimento “Stop Killing Games” foi iniciado pelo conhecido autor e youtuber Ross Scott. Sua petição rapidamente ganhou tração, acumulando mais de 1,2 milhão de assinaturas no início de julho. A campanha não se limita a pedir a empresas que sejam “boazinhas”; ela clama por mudanças legislativas que proíbam efetivamente a remoção do acesso a jogos digitais após a venda. A ideia é criar um novo padrão global para a indústria, com o movimento incentivando iniciativas semelhantes em outros países.

Como era de se esperar, as grandes editoras e estúdios de jogos não veem essa iniciativa com bons olhos. A atual estrutura lhes confere controle contínuo sobre o “produto” mesmo após a venda, permitindo estratégias de monetização e desativação que maximizam lucros, muitas vezes em detrimento da longevidade da compra do consumidor.

O apoio de uma figura de alto escalão como um vice-presidente do Parlamento Europeu confere uma credibilidade e visibilidade significativas ao movimento “Stop Killing Games”. Embora ainda não esteja claro se e quando a petição será formalmente considerada pelo Parlamento, ou qual será o impacto exato da posição de Ștefănuță, seu endosso é um sinal forte de que a questão dos direitos do consumidor em jogos digitais está ganhando espaço na pauta política.

A discussão vai além dos games; ela toca em questões fundamentais sobre propriedade digital e o futuro do consumo de mídia. Se você “compra” algo, você deveria realmente possuí-lo, independentemente da boa vontade do vendedor em mantê-lo acessível? Essa é a pergunta que o movimento e agora, aparentemente, parte do Parlamento Europeu estão dispostos a responder.

A batalha pela propriedade digital está longe de terminar, mas com o apoio político começando a surgir, a paisagem para os direitos dos jogadores pode estar prestes a mudar.

Gabriel Neves dos Santos

Gabriel Neves dos Santos, 34 anos, é um repórter veterano da cena de eSports em Curitiba. Com background em programação, ele traz uma perspectiva única para suas análises sobre Dota 2 e Valorant. Conhecido por suas investigações aprofundadas sobre contratos e transferências de jogadores profissionais, ele se destaca por revelar histórias exclusivas do cenário.

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